sábado, dezembro 30, 2006
Sadam e a estupidez humana
Há poucos minutos, lia numa revista Ultimato de 2002, a frase de L. F. Veríssimo: "O mundo não é ruim, é só muito mal frequentado". Com a morte de Sadam, a situação não mudou nada. Os "frequentadores" deste planeta continuam tão mal, ou talvez até pior, com sua morte.
Não que eu morresse de amores, ou admirasse S. Hussein, ditador déspota perverso, iníquo, malfeitor, desalmado. Apenas acho que perdeu-se uma oportunidade de elevar um pouco a humanidade, mostrando justiça e compaixão, direito e misericórdia, autoridade e amor a quem nunca soube o significado correto destas palavras.
E não me venham dizer que a responsabilidade pelo seu assassinato legal (porém imoral) é das autoridades iraquianas e que o islamismo é que permite estas barbaridades, blá, blá, blá... blá, blá, blá !!! Somos todos culpados pela existência cruel e pela morte estúpida de Sadam Hussein. E mais ainda, são os EUA culpados por mais este homicídio inútil. Uma lista sem fim, cujo custo será altíssimo.
Chega de maldades... Feliz Ano Novo !!!
quinta-feira, dezembro 28, 2006
Interlúdio
Mas, quando o ano novo chegar, prometo continuar a colocar ingredientes nesta Salada Mista, ok?
Um grande abraço a todos e que Deus nos acompanhe em 2007!!!
quinta-feira, dezembro 21, 2006
Ctrl C + Ctrl V
Uma bela descrição:
“O dia terminava. Nos últimos raios do sol os Cavaleiros projetavam sombras longas e pontudas que os precediam. A escuridão já penetrara embaixo das florestas murmurantes de abetos que cobriam as encostas íngremes das montanhas. Agora o rei cavalgava devagar no fim do dia. De repente, a trilha contornou uma enorme saliência de pedra nua e mergulhou na escuridão das arvores que suspiravam suavemente. Foram descendo cada vez mais numa longa fila sinuosa. Quando finalmente chegaram ao fundo da garganta, viram que a noite já caíra nos lugares profundos. O sol se fora. O crepúsculo se deitava sobre as cachoeiras.
“O Senhor dos Anéis”
Terceira parte, "O Retorno do Rei" p. 53
terça-feira, dezembro 19, 2006
Aldo & Renan
A Frase do Dia
Dá pra engulir?
Capítulo final... Final?
Resta saber se outras tramóias não serão urdidas para burlar o povo.
Quem viver, verá...
segunda-feira, dezembro 18, 2006
Sa-fa-de-za, capítulo ∞
Isto é safadeza, pois não é isto que provoca a ira da população, não. É a absurda diferença entre o valor do salário da maioria e o que pretende esta "elitizinha" metida a besta.
Quanto ao argumento que li na coluna do Paulo Moreira Leite, no Estadão, que o desempenho dos congressistas não justifica tal salário, afirmo: mesmo que fossem um poço de eficiência, tal remuneração para um servidor público é imoral. Ponto final.
Sem engano.
Ah, o texto abaixo parece não ter nada a ver com o assunto, mas tem. Leia com atenção.
Ctrl C + Ctrl V
Vivemos a triste realidade de um mundo que tem “donos”. E neles cresce a consciência de que nós... somos pequeninos diante do monopólio geopolítico, tecnológico e militar da “Nova Roma”, e do oligopólio econômico do restrito grupo de nções ricas (G-8).
Como... cidadãos reponsáveis, sentimos uma desconfortável sensação de fragilidade, de vulnerabilidade. Isso quando... o pensamento da nova (des)ordem internacional encara as desigualdades como legítimas e inevitáveis, e a injustiça, a opressão e a exclusão como da natureza das coisas. Aos vitoriosos, os louros; aos fracos, a caridade condescendente.
... em tempos recentes sonhamos que a esperança havia vencido o medo. Estamos acordando do sonho para, com tristeza, percebermos que a decepção parece estar vencendo a esperança, que o realismo sacrificou valores, que se esgotou um capital moral. Mais uma vez... as nossas elites circulam, pactuam, incorporam novos atores. Continua o (des)valor na prática da realpolitik. A oposição ao capitalismo vai se transformando na oposição no capitalismo. Novas faces e novas retóricas nas velhas práticas. Idéias, ideais e idealismos parecem, com surpreendente rapidez, ter ido parar na lata do lixo da história. A autenticidade, a fidelidade e a coerência parecem percebidas como algo ultrapassado, exótico ou delinquente.
Vemos soberanias nacionais ameaçadas, soberania popular ameaçada, seres humanos ameaçados ou violentados em sua dignidade humana, culturas ameaçadas, e eleições como meros ritos formais cíclicos sobre o apenas adjetivo. No lugar de estadistas, temos meros gerentes do sistema único possível, em suas variações quanto ao secundário. Os velhos paradigmas se tornaram obsoletos, e os novos, apenas nefastos. Vivemos a crise do sistema e, também, a crise do ser.
...
quinta-feira, dezembro 14, 2006
Aquilo... deu nisso !!!
No Brasil do efeito estufa as estações do ano mal se percebem, especialmente aqui em Sorocaba. Faz calor o ano todo, apenas as chuvas são mais escassas no inverno.
A gente percebe a mudança das estações nas plantas. É nítida a diferença nas folhagens das árvores, nas flores, no verde mais vivo ou mais fraco.
Só para ilustrar, duas fotos da mesma árvore: uma pereira que se vê da janela da cozinha. A primeira, tirada em outubro, mostra um buquê de flores brancas; dois meses depois, a mesma árvore já apresenta um cacho de peras no lugar das flores.
Legal, né!
Sa-fa-de-za ! ! !
Depois dizem que brasileiro não gosta de pagar impostos, que sonega, que adquiri produto "pirata", que é esperto, etc e tal.
Pois o defeito do brasileiro não é esse, não. É ser "bonzinho", "da paz". Em resumo: BOBO.
Por que o Bin Laden teve a infeliz idéia de derrubar as torres gêmeas de Nova York ? Tão bonitas... Podia ter derrubado as torres gêmeas de Brasília: seria um serviço à nação.
E depois colocam a culpa pelos problemas brasileiros no presidente...
Haja...
Homenagem e nova música
A "Frase do dia" é merecida homenagem ao México. O time perdeu mas lutou bravamente...
O Grupo Rumo é um destes produtores culturais únicos, cuja qualidade e estilo musical não tem paralelo, apesar de nunca terem sido "hit", tem mais de 20 anos de "estrada". Além da hilária música "Felicidade", cuja letra postei uns tempos atrás (03 de novembro), há várias outras, das quais escolhi esta "Dúvidas" para fazer parte da minha lista "100 + nacionais". Espero que ouçam e apreciem.
quarta-feira, dezembro 13, 2006
Sem fim
Não tá fácil. A idéia não é escolher os melhores, não. É tirar do baú do coração o que ficou por ter me atingido em cheio na ocasião. Então, a tarefa não é só lembrar, mas (re)sentir e exclamar: ah! é isso aí!
Percebi que as listas podem se cruzar: lembro de uma música porque é parte da trilha de um filme que me tocou, ou lembro do filme porque é baseado em um livro que devorei. Perceberam?
É, não vai ser fácil.
sábado, dezembro 09, 2006
As 100 +, parte 2
O Lou comentou no meu post que fazer listas é bom exercício de memória para caras como eu, já meio envelhecidos...
Bem, acabei o rascunho da lista 100 +. Deu um trabalhão!!! Ficou com 53 músicas estrangeiras e 47 brasileiras. Sem tentativa de dividir meio a meio, nada disso. Fui colocando no meu “ keynote ” as músicas, à medida que brotavam na memória.
Mas percebi que ficaram de fora muitas músicas importantes (pra mim). Decidi, então, fazer duas: uma de nacionais e outra de estrangeiras!!! Mais trabalho... Se o que o Lou disse é verdade, então meu cérebro vai ficar “updated” !!!
Amigos, aguardem. Quem sabe um dia eu termino...
100 +
Resolvi fazer algo que provou ser mais complicado do que imaginei a princípio: a lista dos 100 livros que mais gostei e das 100 músicas que mais me “tocam”.
A idéia veio a partir da descoberta que fiz na web do Acetose, um blog de um conterrâneo de Sorocaba, que, aliás não conheço.
Ele gosta de fazer uma pequena “playlist” de músicas que recomenda aos leitores. Apesar de seu gosto musical ser bem diferente do meu, gostei da idéia da lista e decidi fazer uma lista “all times” 100, tanto de músicas, quanto de livros. E acho que vou fazer de filmes também!
O engano vem da constatação que uma lista desse porte não é fácil como eu havia imaginado. É necessário fuçar o fundo do baú da memória para buscar tudo que já li e ouvi e separar aquelas músicas e livros que me marcaram. Tem sido muito agradável, mas trabalhoso também.
Espero, logo mais, poder publicá-las no O Tempo Passa... e receber os comentários dos amigos.
Veremos...
quarta-feira, dezembro 06, 2006
Ctrl + C, Ctrl + V
A Rosana Hermann publicou no seu interessante "Querido leitor" um texto formidável (como diria minha sogra) que faço questão de divulgar. Poético, crítico, apaixonado, sincero, cáustico, realista e romântico – é um texto leve e inspirador.
Não deixem de visitar o seu Bom dia! Vale a leitura!
terça-feira, dezembro 05, 2006
Ctrl+C, Ctrl+V
Ética de Convicção versus Ética de Responsabilidade
“...Em tudo isso, há outro debate a se levar em conta, embora poucos o façam: devemos agir na vida política motivados por uma ética de convicção ou por uma ética de responsabilidade?
A ética de convicção diz que devemos fazer o que acreditamos ser o certo, sejam quais foram as consequências. Por exemplo, um pacifista não se engajará numa guerra, mesmo que seja para impedir a morte de inocentes, pois ele age apenas segundo suas convicções.
Já uma ética de responsabilidade diz que devemos levar em conta as consequências previsíveis das nossas decisões políticas – nesse caso, o pacifista se sentirá parcialmente responsável pela morte de inocentes e poderá optar por engajar-se.
Em geral cobramos de nossos políticos uma postura de responsabilidade...”
(trecho de “Evangélicos ajudam a reeleger Bush”, de Paul Freston
in revista Ultimato – jan/fev 2005)
segunda-feira, dezembro 04, 2006
Enfim... música !!!
Mas aí, o Paulo Brabo veio ao meu socorro e o resultado pode ser testado clicando no botão na coluna à direita - que chamei de "Música, colírio d'alma" - que o levará à Box.net e à música que queria partilhar com voces, Paraty.
Espero que dê certo e que voces gostem. Pretendo partilhar outras.
Bom proveito!!!
sábado, dezembro 02, 2006
O Tempo...
A Bacia das Almas publicou um texto muito legal – mas um pouco difícil para meros mortais, como eu – sobre o tempo: o passado, o presente e o futuro; suas relações e particularidades.
Fez-me lembrar uma frase literária que aprendi em inglês e que soa misteriosa e estranhamente confortante:
“Yesterday is gone, Tomorrow may never come. You might as well accept it: It will always be Today”.
"Ontem já passou, Amanhã pode nunca chegar. Você pode muito bem aceitar: Será sempre Hoje."
Salvo engano!
sexta-feira, dezembro 01, 2006
Um post "pra cima"
Meus amigos adoram me deixar deprimido.
Vejam só: o Paulo Brabo escreveu sobre a inevitabilidade da morte, e o Lou sobre coisas que acontecem quando se envelhece.
Assim não dá !!! A gente acorda com vontade de ficar animado – afinal, é sexta-feira! – abre a net e dá com uns textos desses... Não há ânimo que aguente.
Mas, tudo bem. Pensando melhor, prefiro ler textos assim e saber que meus amigos estão vivos, do não lê-los e descobrir que morreram !!!
Nossa! Hoje tá parecendo Finados, vixe!!! Quer saber, vou colocar as cervejas na geladeira. Ciao!
quarta-feira, novembro 29, 2006
Colírio para a alma
A delicadeza da música é algo assombroso, divino. Você ouve algo assim e crê na bondade de Deus...
Infelizmente não sei publicar músicas no blog. Se for possível e eu aprender, prometo fazê-lo pra voces ouvirem também.
terça-feira, novembro 28, 2006
Estômago frágil
Pois é, fui ao Rio de Janeiro (que continua lindo) com o amigo Ramiro para trazermos seu barco Ardentia de volta a Ubatuba. Viagem de muitas horas, que seria dividida em duas ou tres paradas. Saímos da Baía da Guanabara à tarde e pegamos bons ventos, o que permitiu velejarmos com boa velocidade por algumas horas. O vento trazia também as marolas, que faziam o barco subir e descer, balançar pra lá e pra cá.
Foi aí que o prazer virou mal estar. Enjoei, vomitei e passei umas tres horas sentindo-me mal.
Como o vento cessou e o céu nublou lá pela meia noite, desistimos de parar, resolvemos ir direto e passamos a navegar a motor, com o mar mais calmo. O mal estar melhorou e dormi umas horas. Subi ao convés de madrugada para que o Ramiro pudesse descansar também.
Com isso, fui contemplado com um belíssimo nascer-do-sol em alto mar, que compartilho com os queridos leitores deste meu diário. O mal estar foi um pequeno preço para assistir tal espetáculo!
Chegamos ao porto final pela manhã, o céu abriu e pudemos curtir um banho de mar e a paisagem linda da baía onde fica a marina, a praia Saco da Ribeira. Apesar do vexame (tinha certeza que não ia sentir-me mal), fico super-agradecido ao meu amigo pela oportunidade ímpar de navegar. É realmente emocionante e belo navegar.
terça-feira, novembro 21, 2006
Consciência Limpa...
“Quero ver é o congresso instituir no Brasil o dia da Consciência Limpa. Isso eu duvido! Quem vai ter peito? Num país em que a ética é jogada pra baixo do tapete, em que o poder só serve para oprimir e luxuriar, em que o povo é deixado no banho-maria da ignorância por pura conveniência, em que políticos notoriamente corruptos são reeleitos por milhões de cúmplices para seus gabinetes acarpetados, climatizados e cheios de cabides, quero ver o dia da Consciência Limpa. Como diz a canção: ‘Não fica um, meu irmão’.”
Trecho do texto de Nelson Botter no blog “Blônicas” de hoje (21/11)
segunda-feira, novembro 20, 2006
O Submarino Amarelo... e Verde!
Tive a sorte de assistir a uma reapresentação do show “Submarino Verde Amarelo”, encontro de estrelas da nossa música pop para apresentar músicas dos Beatles.
Muito bom ver que nossos artistas cantando os sucessos do grupo musical que eu mais gosto. Melhor ainda, quando as interpretações, longe de serem meras imitações ou cópias do original, foram criativas, genuínas, e respeitosas.
Mas o melhor não foi no palco. Em estúdio, três ícones da nossa música fizeram-me arrepiar de emoção: Gilberto Gil, cantando “Something” com uma bela levada “reggae”; João Bosco e violão, com uma interpretação intimista e pessoal de “Because”; e, para fechar com chave de ouro, Zé Ramalho e sanfona, com um “In My Life” absolutamente perfeito, 100% Beatles + 100% Nordeste.
Ao final, só me restava ter os olhos marejados. E assim foi.
sexta-feira, novembro 17, 2006
Não Deu... Ainda.
As meninas do vôlei perderam. Apesar de uma honrosa e admirável medalha de prata, faltou a de ouro para conquistar o único título que a seleção feminina ainda não tem.
Valeu o esforço, estão de parabéns, mas, por tudo que mostraram neste e em outros torneios, mereciam ganhar.
Não tem importância. O próximo elas faturam!
quinta-feira, novembro 16, 2006
Agora, como Antes...
Adoro suas modinhas, mas lembrei-me desta crítica política, tão atual, que se mudarmos alguns nomes (o da Globo pode ficar...), parecerá ter sido escrita hoje. Ainda mais agora, com o Congresso planejando na surdina aumentar em 92% seus salários, enquanto reclamam que não é possível reajustar o salário mínimo para míseros R$ 420,00.
Vejam se não tenho razão:
Dona Maria Tereza, diga a seu Jango Goulart,
que a vida está uma tristeza, que a fome está de amargar,
E o povo necessitado, precisa um salário novo,
mais baixo pro deputado, mais alto pro nosso povo.
Dona Maria Tereza, assim o Brasil vai pra trás,
quem deve falar, fala pouco, Lacerda já fala demais.
Enquanto feijão dá sumiço, e o dólar se perde de vista,
o Globo diz que tudo isso, é culpa de comunista.
Dona Maria Tereza, diga a seu Jango porque,
o povo vê quase tudo, só o parlamento não vê,
Dona Maria Tereza, diga a seu Jango Goulart,
lugar de feijão é na mesa, Lacerda é noutro lugar... háháhá!
quarta-feira, novembro 15, 2006
Money makes the world go 'round...
Daí, parei pra pensar. Estou aqui livre de qualquer obrigação, apenas pelo prazer de me comunicar e pela liberdade de "pensar em voz alta". Se começar a ver meus blogs com fins de lucro, corro o risco de perder essa sensação tão boa que sinto ao escrever minhas abobrinhas (no Salada Mista) e lembranças (no O Tempo Passa...).
Não. Estes espaços vão continuar livres de qualquer pretensão financeira e de qualquer obrigação que não seja a de ser sincero e verdadeiro.
Quem tiver interesse ou necessidade, visite o "Reviewme" (http://www.reviewme.com/) e bom proveito!!!
segunda-feira, novembro 13, 2006
Um vazio no mundo
Uma das músicas tem uma letra muito interessante. Chama-se Hole in the World (literalmente, Buraco no Mundo). Começa, lenta, com o chorus, afirmando:
There's a hole in the world tonight. (Há um vazio no mundo hoje à noite)
There's a cloud of fear and sorrow. (há uma nuvem de medo e tristeza)
There's a hole in the world tonight. (há um vazio no mundo hoje à noite)
Don't let there be a hole in the world tomorrow. (não permita que haja um vazio no mundo amanhã)
E continua, explicando a causa desse vazio, ao dizer:
They say that anger is just love disappointed. (Dizem que a raiva é só amor frustrado)
They say that love is just a state of mind. (dizem que amor é apenas um estado de espírito)
But all this fighting over who is anointed, (mas toda essa luta sobre quem é abençoado)
Oh, how can people be so blind? (como podem ser tão cegos?)
Vem o chorus novamente, e depois afirma:
Oh, they tell me there's a place over yonder (Dizem-me que há um lugar mais adiante)
Cool water running through the burning sand. (com águas frescas correndo pela areia escaldante)
But until we learn to love one another, (mas até que aprendamos a nos amar uns aos outros)
We will never reach the Promised Land. (nunca chegaremos à Terra Prometida)
Conclui com o chorus novamente, o convite a fazermos algo para que o vazio no mundo não exista amanhã. Enquanto não aprendermos a nos amar mutuamente, este vazio existirá...
quinta-feira, novembro 09, 2006
Virulência
Tenho seguido, atento, a discussão teológica que acontece na blogosfera entre cristãos protestantes de diferentes matizes e pontos de vista (vide Norma, Ed René, Nagel, Gondim, Brabo, Lou, etc). Para quem nada sabe, sugiro a leitura de O destino eterno de Deus, de Paulo Brabo.
Posso estar errado, mas começo a desconfiar que a certeza de algo é um grande perigo. No momento em que pensamos ter certeza sobre algo, tendemos a nos sentir seguros. E sentindo segurança, deixamos de ter a disposição de ouvir os outros; achamos a opinião do outro desnecessária e, algumas vezes, o próprio “outro” é descartado como supérfluo. E não enxergamos mais os perigos, os problemas, as contradições naquilo que pensamos. Usamos nossa idéia como argumento para descartar as idéias alheias, e achamos isso muito lógico e racional. Freqüentemente nos unimos àqueles que concordam conosco, para reforçar a certeza de que estamos certos... até companheiros temos!
E aí quebramos a cara. Passamos a agredir e menosprezar quem não faz parte do “grupo”, mesmo quando tem razão, até fazermos papel ridículo e acabarmos sós e olhados com piedade ou desprezo pelos outros, inclusive pelos nossos ex-parceiros – que convenientemente pularam do navio antes que afundasse.
Por isso tenho usado com freqüência a frase de P. Brabo: “salvo engano”. Tenho profunda consciência da pequenez de meu conhecimento e dos parcos recursos – racionais, emocionais e espirituais – para afirmar qualquer coisa. Não deixo de afirmá-las – como aqui – e tenho usado o “Salada Mista”, "O Tempo Passa...", e as oportunidades - dando pitaco nos blogs dos outros - para expressar minha opinião. Mas sem a pretensão de proprietário da verdade.
Estarei errado? É possível, é provável, é certo. Deus sabe o quanto já estive seguro a respeito de tantas coisas. Inutilmente, por sinal.
Creio que todo diálogo devia começar com “Posso estar errado...” É um bom começo, tira a pretensão da verdade e reduz a necessidade do outro de se por na defensiva. Acaba a virulência, não é? E o diálogo se torna saboroso e produtivo para ambos.
Salvo engano.
quarta-feira, novembro 08, 2006
Pão, pão; queijo, queijo. Mas o preço... ó!!!
Arrepio-me toda vez que o governo se propõe a ajudar o povo. A mais recente atrapalhada foi quando, a título de favorecer a população mais carente e impor um sistema mais justo, o governo implantou a venda do pãozinho francês por peso.
Fui, hoje, comprar 6 pãezinhos. Normalmente pagaria R$ 0,90 por eles, ou até R$ 0,60, se comprasse entre segunda e quinta-feira (e hoje é quarta).
O saquinho com os pães veio com a etiqueta de peso e preço: R$ 1,06. Paguei e saí pensando: “Quando é que os governantes vão aprender? Acho que nunca, já tão falando em aumentar a carga tributária... Será que não percebem que os impostos sufocam o pobre e não o rico, pois este tem como se proteger?”
Ficamos assim: “Tá ruim, mas é melhor não mudar porque senão fica pior...”
Sadam, morte, vida... coisas assim
Pessoas sensíveis ficaram perturbadas com a notícia da pena de morte imposta ao ex-ditador: morte por enforcamento.
É incrível que em pleno século XXI ainda existam países que adotem esta barbárie. Pior ainda: incrível e nauseante que líderes do dito “mundo ocidental civilizado” comentem a decisão da corte iraquiana como uma “vitória da democracia”. Um perfeito exemplo do “bushismo” que campeia neste mundo globalizado.
Uma notícia dessas te faz pensar sobre a vida, a morte e tudo o mais...
Calvin e Haroldo, o tigre, estão conversando:
- Puxa, a morte é o destino inexorável de todos... – diz Calvin.
- É mesmo... – responde Haroldo atento.
- Pra quê viver, então, se tudo isto acaba um dia ? – questiona Calvin veemente.
- Ahn... bem... tem as massas... – reflete Haroldo.
sábado, novembro 04, 2006
“Tarifas Bancárias sobem bem mais para clientes do que para empresas”.
No sub-título: “Entre 2001 e 2006 a maior alta para pessoas jurídicas foi de 4.661% e para pessoas físicas chegou a 49.900%”.
Ué! Será que andaram lendo meu blog? Reclamei disso outro dia mesmo (Tutu no Estrangeiro”). Tô ficando bom!!!
Salvo engano.
sexta-feira, novembro 03, 2006
Felicidade !!!
Felicidade
por: Luiz Tatit
Não sei porque eu tô tão feliz
Não há motivo algum pra ter tanta felicidade
Não sei o que que foi que eu fiz
Se eu fui perdendo o senso de realidade
Um sentimento indefinido
Foi me tomando ao cair da tarde
Infelizmente era felicidade
Claro que é muito gostoso
Claro que eu não acredito
Felicidade assim sem mais nem menos é muito esquisito
Não sei porque eu tô tão feliz
Preciso refletir um pouco e sair do barato
Não posso continuar assim feliz
Como se fosse um sentimento inato
Sem ter o menor motivo
Sem uma razão de fato
Ser feliz assim é meio chato
E as coisas nem vão muito bem
Perdi o dinheiro que eu tinha guardado
E pra completar depois disso
Eu fui despedido e estou desempregado
Amor que sempre foi meu forte
Não tenho tido muita sorte
Estou sozinho, sem saída, sem dinheiro e sem comida
E feliz da vida!!!
Não sei porque eu tô tão feliz
Vai ver que é pra esconder no fundo uma infelicidade
Pensei que fosse por aí, fiz todas terapias que tem na cidade
A conclusão veio depressa e sem nenhuma novidade
O meu problema era felicidade
Não fiquei desesperado, não, fui até bem razoável
Felicidade quando é no começo ainda é controlável
Não sei o que foi que eu fiz
Pra merecer estar radiante de felicidade
Mais fácil ver o que não fiz
Fiz muito pouco aqui pra minha idade
Não me dediquei a nada
Tudo eu fiz pela metade, porque então tanta felicidade
E dizem que eu só penso em mim, que sou muito centrado
Que eu sou egoísta
Tem gente que põe meus defeitos em ordem alfabética
E faz uma lista
Por isso não se justifica tanto privilégio de felicidade
Independente dos deslizes dentre todos os felizes
Sou o mais feliz
Não sei porque eu tô tão feliz
E já nem sei se é necessário ter um bom motivo
A busca de uma razão me deu dor de cabeça, acabou comigo
Enfim, eu já tentei de tudo, enfim eu quis ser conseqüente
Mas desisti, vou ser feliz pra sempre
Peço a todos com licença, vamos liberar o pedaço
Felicidade assim desse tamanho
Só com muito espaço!
quinta-feira, novembro 02, 2006
Crise na Imprensa
Eu me lembro do tempos antigos, quando alguém, para corroborar a veracidade de uma informação afirmava peremptoriamente: "Deu no jornal !!!" E pronto. Devia ser ser verdade.
Hoje, o simples cidadão, ao ser confrontado com tal afirmação, retruca, entre desafiador e desdenhoso: "E ... ???" Claro, se deu nos jornais, pode não ser verdade. E provavelmente não é.
Triste situação que exige da categoria dos profissionais de imprensa uma humilde auto-crítica. Caso contrário, correm o risco de se tornarem, não extintos, mas... ignorados !!!
Tragédia de Erros (à moda de Shakespeare)
"...Tudo somado, há uma sucessão de erros. O original deles foi a autorização da torre de São José dos Campos para o vôo se realizar em 37 mil pés, mas isso poderia ter sido corrigido com a comunicação entre o avião e o Cindacta-1, pelo transponder e o sistema anti-colisão e, finalmente, pela determinação de que o Boeing desviasse, ou para cima ou lateralmente, como determinam as normas internacionais e nacionais de segurança de vôo."
Outra consequência dessa "sucessão de erros" é a crise na aviação nacional provocada pela reação dos controladores de vôo, que acabou com o lazer de muita gente neste feriadão.
Resta saber se aprenderemos alguma coisa desta tragédia e se providências (além desta "greve") serão tomadas. Quem viver, verá.
terça-feira, outubro 31, 2006
Tutu no estrangeiro
Tenho orgulho de dizer que meu filho é um dos felizardos detentores de recursos depositados em outras terras... Peralá!!! Calma aí !!! Não se precipitem! Ele deixou uma conta bancária aberta quando voltou de viagem à Europa, com pouco mais de 150 libras de saldo (menos de R$500,00).
Pois é. O interessante é que esta conta bancária, com baixo saldo e nehuma movimentação, seria uma dor de cabeça para o Rica se fosse mantida no Brasil: todo mes, seriam debitados valores em torno de R$ 20,00 para manutenção da conta e, depois de alguns meses de inatividade, seria cobrada taxa de inatividade.
Com esta conta, acontece o contrário: todo mes ele recebe extrato; apesar de não fazer movimento, o saldo é sempre maior do que o anterior!!! E não se trata de investimento (o valor é baixo demais pra investir), não, é puro e simples saldo bancário. Os bancos ingleses pagam aos seus clientes por manterem dinheiro na conta!!! Estranho, não???
Recebi "comunicado importante" do Banco Itaú. Avisava-me de "mudanças na minha conta corrente": o valor de todas as taxas cobradas foi aumentado!!! Apesar dos imorais lucros obtidos nos últimos anos, e da negociação salarial com seus funcionários ("nosso maior patrimônio!") mais imoral ainda, os bancos não tem a mínima vergonha de aumentar as taxas cobradas dos seus clientes. E ainda tem a cara de pau de enviar uma correspondência que sugere sutilmente que quem está levando vantagem nessa são os clientes!!! Eles pensam que somos bobos? Talvez. E, talvez sejamos mesmo, nos submetendo a esse tipo de extorsão. O problema é que quem mais seria prejudicado - os grandes depositantes - esses não pagam nada. Quem paga mesmo estas taxas absurdas é o "povinho", a "raia miúda", a "ralé", que não detém o poder econômico...
Mas que, se um dia, resolver virar o jogo, vira. Com certeza.
segunda-feira, outubro 30, 2006
Navegar é preciso...
Sempre associei a palavra preciso ao verbo necessitar. Mas não é assim. Na realidade, navegar é algo preciso, isto é, exato, calculado, medido. Caso contrário, corre-se grande risco.
Já viver não é preciso; não se pode viver como robôs, com movimentos, pensamentos e emoções pré-determinados, calculados, medidos em toda extensão de suas consequências e significados. Viver é correr riscos, é experimentar o novo, é lançar-se (com fé) no escuro do futuro, que a Deus pertence, e para o qual somos inexoravelmente lançados, queiramos ou não.
Foi um fim-de-semana memorável: velejar, sentir a imensidão do mar, o vento e o sol no rosto, a companhia da amada e dos amigos.
Que a vida de voces seja linda como é navegar, mesmo não sendo preciso...
sexta-feira, outubro 27, 2006
Dois Comentários
Um dizia que os dois candidatos à presidência não têm projeto nacional definido;
O outro dizia que para os mais pobres (a maioria da população), umas poucas benesses paternalistas, “bolsa-isso” ou “aquilo”, aumento real do salário mínimo e controle da inflação já são suficientes, não desejando reformas, pois poderiam implicar em perda de “direitos adquiridos”.
Ambos os comentários, caso corretos, implicam numa falta de perspectiva de desenvolvimento real* do país no futuro, pois este (o desenvolvimento) se dá em função dos desejos e necessidades do povo e da capacidade do governo de atende-los através de um projeto nacional.
Sem metas e intenção de alcançá-las, não se sai do lugar.
Como bem diz Ella Weeler Wilcox no poema “Ventos do Destino”:
Um barco sai para o leste e o outro para o oesteLevados pelo mesmo vento que sopra:É a posição das velas,Não a força dos ventos,Que lhes dita o curso a seguir.Como os barcos no mar são os ventos do destinoQuando navegamos ao longo da vida:É a posição da almaQue determina a meta,E não a calmaria ou a luta.
Apesar de tudo, espero que os analistas que fizeram tais comentários estejam errados. Para o bem do Brasil.
* - para mim, desenvolvimento tem a ver com melhoria da qualidade de vida e bem estar percebido pela população; nada a ver com crescimento econômico.
quinta-feira, outubro 26, 2006
Tão cum medo de nóis!!!
Estes mesmos vieram a público declarar que tem medo dos brasileiros, aconselhar os cidadãos pacíficos a não virem passear no Rio, SP ou Salvador porque é muito, muito perigoso...
Já o restante do mundo (Iraque, Líbano, Coréia, Afaganistão, África, Haiti, e escolas amish) são lugares seguros...
Eta gringos bestas, sô!!!
quarta-feira, outubro 25, 2006
Unicórnio Azul
Uma das mais belas canções já feitas no idioma hispânico, vale a pena conferir, voces não se arrependerão, eu garanto.
Pura e singela emoção.
segunda-feira, outubro 23, 2006
Dom Quixote e a verdade...
Pois assisti, ontem, uma peça de teatro baseada em Dom Quixote de La Mancha e uma frase me impressionou tanto que até a anotei.
Confrontado com a realidade de que o Sr. Quesada não é o herói D. Quixote que imagina ser, exclama: "Ora, os fatos são inimigos da verdade!"
Eis como me sinto nesta campanha eleitoral: sufocado por uma avalanche de fatos que simplesmente tentam esconder a verdade, e não expô-la, esclarecê-la, apresentá-la.
E a verdade é esta: não tenho vontade de votar em nenhuma das alternativas. Pior, no dia da eleição, não vão me dar uma alternativa "C - nenhum dos anteriores", que seria a minha escolha.
O TSE não apresenta o voto branco ou nulo como alternativas válidas e responsáveis do eleitor. Mas, dadas as circunstâncias, é a que me atrae mais no momento.
Salvo engano.
sexta-feira, outubro 20, 2006
Wear Sunscreen
"Se eu pudesse lhe dar um conselho em relação ao futuro, seria: “use filtro solar”. Os benefícios do uso a longo prazo do filtro solar foram cientificamente provados. Quanto aos demais conselhos que dou, baseiam-se unicamente em minha própria experiência.
Vou lhe dar esses conselhos:
Desfrute do poder e da beleza da sua juventude. Não... Esqueça. Você só vai compreender o poder e a beleza da juventude quando já tiverem passado. Mas acredite em mim. Dentro de vinte anos você olhará fotos de você de um jeito que você não pode compreender agora e perceberá quantas possibilidades se abririam para você e o quão fabuloso você realmente era... Você não é tão gordo(a) quanto imagina!
Não se preocupe com o futuro. Ou preocupe-se, mas saiba que se preocupar é tão eficaz quanto tentar resolver uma equação de álgebra mascando chiclete. É quase certo que os problemas que realmente importam em sua vida são aqueles que nunca passaram pela sua cabeça, tipo aqueles que tomam conta de você às 4 horas da tarde de uma terça-feira ociosa.
Faça todos os dias alguma coisa que te assuste.
(Cante...)
Não trate os sentimentos alheios de forma irresponsável. E não tolere aqueles que agem de forma irresponsável em relação aos seus sentimentos.
(Relaxe...)
Não perca tempo com a inveja. Às vezes se ganha, às vezes se perde. A corrida é longa, e, no final, você só pode contar consigo.
Lembre-se dos elogios que você recebe. Esqueça dos insultos. (Se você conseguir fazer isso, me diga como...).
Guarde suas cartas de amor. Jogue fora seus velhos extratos bancários.
(Estique-se...)
Não se sinta culpado por não saber o que quer fazer da sua vida. As pessoas mais interessantes que eu conheço não tinham, aos 22 anos, nenhuma idéia do que fariam na vida. Algumas das pessoas de 40 anos mais interessantes que eu conheço ainda não sabem.
Tome bastante cálcio. Seja gentil com seus joelhos. Você sentirá falta deles quando não funcionarem mais.
Talvez você se case, talvez não. Talvez tenha filhos, talvez não. Talvez você se divorcie aos 40. Talvez você dance uma valsinha quando fizer 75 anos de casamento. Seja o que você fizer, não se orgulhe, nem se critique demais. Todas as suas escolhas tem 50% de chance de dar certo. Assim como as de todos os demais.
Curta seu corpo da maneira que puder. Use-o de todas as formas que puder. Não tenha medo dele ou do que as outras pessoas pensam dele. Ele é o maior instrumento que você possuirá.
Dance. Mesmo que o único lugar que você tenha para dançar seja sua sala de estar.
Leia todas as indicações, mesmo que você não as siga. Não leia revistas de beleza. Elas só vão fazer você se sentir feio.
Tente entender seus pais. Você não sabe a falta que você vai sentir quando eles forem embora pra valer.
Seja gentil com seus irmãos. Eles são seu melhor vínculo com o passado e aqueles que, no futuro, provavelmente não deixarão você na mão.
Entenda que os amigos vão e vem, mas que há um punhado deles, preciosos, que você tem que guardar com muito carinho.
Trabalhe duro para transpor os obstáculos geográficos e os obstáculos da vida, porque quanto mais você envelhece, mais precisa das pessoas que te conheceram quando você era jovem.
More em São Paulo algum tempo. Mas mude-se antes que ela te transforme em uma pessoa dura. More em Salvador por um tempo. Mas mude-se antes de tornar-se uma pessoa muito mole.
(Viaje...)
Aceite algumas verdades eternas: Os preços vão subir, os políticos são veniais e você também vai envelhecer. E quando envelhecer, vai fantasiar que quando você era jovem: os preços eram razoáveis, os políticos, nobres e as crianças respeitavam os mais velhos. Respeite os mais velhos.
Não espere apoio de ninguém. Talvez você tenha um fundo de garantia. Talvez você tenha um cônjuge rico. Mas você nunca sabe quando um ou outro pode desaparecer.
Não mexa muito com seu cabelo. Senão, aos quarenta anos, vai ter a aparência de oitenta e cinco.
Tenha cuidado com as pessoas que lhe dão conselhos. Mas seja paciente com elas. Um conselho é uma forma de nostalgia. Dar conselho é um jeito de resgatar o passado da lata do lixo, limpá-lo, esconder as partes feias e reciclá-lo por um preço maior do que realmente vale.
Mas... acredite em mim, quando eu falo do filtro solar."
quarta-feira, outubro 18, 2006
Generosidade ou não?
As críticas falam dela ter "furado fila", ignorado regras de adoção, e estar procurando aparecer nos holofotes da mídia - a adoção não passaria de um golpe publicitário. Dizem que ela poderia ajudar mais dando recursos às ONGs que cuidam dos mais de 40 milhões de órfãos da Africa.
Pergunto aos críticos: vocês já doaram US$ 3.000.000 ? Vocês já adotaram pelo menos um órfão?
Não?! Então calem a boca!!!
Lembra-me a ilustração sobre o homem devolvendo, uma a uma, à água estrelas-do-mar que estavam na praia. Ao ser confrontado com o fato de que salvar algumas não faria diferença face ao enorme número delas ao longo da extensa praia, disse: "Para essa, fiz."
Ou sou eu que estou errado?
terça-feira, outubro 17, 2006
Capitalismo Selvagem... e burro!
Desliguei e pensei: que absurdo!!! Que cara de pau!!! Ligar para um celular de outra operadora para oferecer "vantagens especiais"... Já imaginaram um vendedor do Carrefour te abordar no Extra para dizer: "Se você fizer compras no Carrefour, nós te daremos vantagens que nosso cliente comum não recebe"??? Ou um funcionário da Ford tentar tirar um freguês da loja Fiat com o argumento que vai oferecer preços que não são oferecidos para os próprios clientes da Ford???
A isto chamamos de "capitalismo selvagem". E burro, porque eu não faria negócios com alguém que está disposto a trair seus próprios clientes para ter-me com um deles. Serei traído em seguida, com certeza.
Salvo engano.
quarta-feira, outubro 11, 2006
Monumento à Incomensurável Estupidez Humana
Desta vez, em plena ilha de Itamaracá - Pernambuco, fui agredido e ofendido por este monumento erguido à beira destas praias paradisíacas, como para me lembrar que Deus fez o mundo belo, nós é que o temos estragado continuamente: um enorme e feio edifício celebrando a capacidade humana de cometer asneiras - quanto maior o poder aquisitivo, maior a asneira. Depois dizem que a pobreza é o problema...
O pior é que isso não é privilégio dos pernambucanos. Vi horror semelhante em Itanhaém, litoral de SP, e em outros lugares.
Taí uma torre que a Al Qaeda bem que podia implodir...
segunda-feira, outubro 09, 2006
No calor das discussões...
"Faz tempo que deixei de partilhar da pretenção de saber. Quando eu tive um ameaço de saber supremo éramos 90 milhões e eu tinha 19 anos. Agora que tenho 54 anos, perdi essa capacidade de saber o que é bom para os outros, mesmo porque agora tem mais outros 90 milhões que ainda não me confessaram o que querem da vida. Não tenho certeza mas parece que só querem ser felizes! Contrariando muita gente que acha que precisam ter carro do ano, casa própria, passaporte italiano e conta no banco. Eta povo complicado!"
Não consigo perceber nos 2 candidatos, essa atitude.
Salvo engano.
sábado, outubro 07, 2006
Esquerda, direita... volver!
Apesar do texto claro e sincero, senti-me estranhamente no passado. Não são termos usados atualmente. Usamos Progressista versus Conservadores, mais elegantes, modernos e politicamente corretos.
De qualquer forma, é um maniqueísmo difícil de aceitar hoje, era cinzenta, onde bem e mal, certo e errado convivem sincreticamente no mesmo contexto.
Mais ainda na política, meio onde a palavra ética parece ter sido desprovida de todo o sentido.
De qualquer forma, foi um texto que me permitiu avaliar melhor as minhas alternativas para este segundo turno das eleições presidenciais.
quinta-feira, outubro 05, 2006
Erro Humano...
O termo "erro humano" é pleonástico e enganoso. É, sim, um erro.
Porque, na verdade, todo erro É humano. Mesmo que o transpoder do Legacy tenha um defeito e não tenha sido desligado pelos pilotos, a causa do problema continua sendo um erro humano. Erro de quem projetou, ou fabricou, ou instalou ou fez a manutenção do equipamento. De qualquer forma, a causa da morte de 155 pessoas do vôo da Gol foi um ERRO HUMANO.
Não adianta, agora, procurarmos pelo "responsável", pelo "culpado", a fim de o "crucificarmos". A única coisa sensata a fazer é buscar conhecer e entender a causa, e procurar meios de impedir que ela se repita.
Lógico que as penalidades cabíveis devem ser aplicadas aos responsáveis. Mas não é essa a solução. O ser humano erra, infalivelmente. Devemos, sim, buscar meios de evitar o erro, corrigí-lo antes que cause dano, minimizar suas consequências, e aprender com ele.
Será que isto acontecerá neste caso. Seria o mínimo que poderíamos fazer em honra aos que morreram, para que não tenham morrido em vão.
quarta-feira, outubro 04, 2006
Shit happens...
Sim, coisas ruins acontecem, não há como evitá-las.
Os passageiros do vôo da Gol, os candidatos derrotados na eleição, os times que perderam na rodada dos campeonatos de futebol, todos nós poderíamos exclamar "Shit!" em algum momento deste fim-de-semana.
É, portanto, essencial saber saborear cada momento e cada fato positivo que nos acontece a cada dia, pois não sabemos quando algo ruim vai acontecer.
É, também, essencial estar preparados para enfrentar tempos ruins, pois eles virão.
sexta-feira, setembro 29, 2006
Uma mentira chamada estatística
um afirmava que o governo Lula é o pior da História recente da República e provava com uma imensa lista de dados estatísticos comparando-o com o governo de FHC;
o outro, com igual lista de dados variados, provava estatísticamente, que Lula é, sem dúvida, o melhor presidente que o Brasil já teve.
A quem dar crédito? Às fontes? Um email veio de um parente chegado e querido; o outro, de um ex-colega de faculdade, também querido e muito correto.
Quem está certo? Alguém está mentindo?
Nenhum. E ambos. Involuntariamente.
Ao fiarem-se em dados estatísticos para julgarem um governo, deram crédito à "mentira estatística". Escolhe-se os números, apresenta-os de forma adequada e... voilà! Qualquer um torna-se qualquer coisa.
Estatística não mostra o esforço, a dedicação, a sinceridade, a honestidade, a dificuldade, o imprevisto envolvido no dado estatístico. Digo "dado" propositalmente. Dado é um conjunto de fatos; quando adquirem significado, utilidade, tornam-se "informação".
Portanto, cuidado, ao pesarem prós e contras do governo Lula para decidirem em quem votar. Se voce se fiar na estatística, vai votar errado. Mesmo que acerte.
Boa eleição pra todos!!!
quarta-feira, setembro 27, 2006
Goiabas Roubadas... (à moda de PBrabo)
Fim da história
Ricardo Gondim
Há alguns anos, um obscuro funcionário do Departamento de Estado norte-americano propôs que a história chegara ao fim. O nome de Francis Fukuiama logo se tornou conhecido nos meios acadêmicos. Seus argumentos causaram enorme furor entre os defensores da dialética histórica. Ele defendia que o fim das grandes utopias, principalmente o esfacelamento da proposta soviética de um estado marxista, exauria a possibilidade de se escrever “História”, com agá maiúsculo. Estaríamos condenados a um futuro que tediosamente se alongaria numa sucessão de fatos menores, portanto, uma “historinha” – meros acontecimentos cotidianos.
Ele simplesmente expressava a mentalidade de uma época, também chamada de pós-modernidade. Um contrapé histórico, caracterizado pela decepção com as propostas do iluminismo europeu e com as afirmações da modernidade. Eram elas: a) o avanço do saber científico; b) o domínio da natureza pela tecnologia; c) o aumento exponencial da produtividade e da riqueza material; d) a emancipação das mentes após séculos de opressão religiosa, superstição e servilismo; e) o progresso e salvação dos povos pelas instituições políticas; f) o aprimoramento intelectual e moral dos homens por meio da ação conjunta da educação e das leis. Não se aguarda mais o paraíso proletário sonhado por Marx, o eldorado do capitalismo ocidental ou o mundo feliz do positivismo em que imperam a “ordem e o progresso”.
Realmente parece que se acabaram os sonhos, que se arriaram as bandeiras apaixonadas das idéias e que os visionários cederam lugar aos hedonistas. Os grandes ideólogos dos partidos políticos, acossados nos corredores das universidades, cederam os palcos para os marqueteiros. Diminuíram as barricadas e trincheiras nas ruas das grandes cidades – os jovens optaram pelos corredores refrigerados dos shoppings. A China, maior país comunista do planeta, criou um novo paraíso capitalista, com instituições políticas totalitárias e uma economia de mercado.
Idealistas, idealistas mesmo, restaram os fundamentalistas islâmicos, defensores de um mundo pré-moderno, guerreiros dispostos a deitar suas próprias vidas por um Estado teocrático. Vislumbram um mundo homogeneizado pelo Corão e sujeito à disciplina e censura de um Ministério de Costumes e Tradição, que condenaria as mulheres a retrocederem séculos, sujeitando-as novamente às mordaças medievais.
Fora esses segmentos islâmicos mais radicais, o mundo carece de sonhos e ideais. Gabriel Perissé afirma que uma das idéias mais fortes que leu na sua vida estava pichada em um tapume e dizia: “Se você está tranqüilo é porque está mal informado”. Entorpecemos nossas consciências com a desinformação. A televisão nivelou-nos por baixo. A avalanche de novos fatos que se sucedem em um mundo globalizado não nos deixa tempo para a reflexão. Sucumbimos a um rápido processo de imbecilização. Há uma cultura de consumo que anestesia o Ocidente.
Fernando Pessoa, em seu magnífico Livro do Desassossego, afirmou que, ao herdarmos uma descrença generalizada tanto no “cristianismo como na igualdade social e na ciência e nos seus proveitos”, acabamos nos contentando em meramente viver. E arremata inclemente: “Ficamos, pois, cada um entregue a si próprio, na desolação de só sentir viver. Um barco parece ser um objeto cujo fim é navegar; mas o seu fim não é navegar, senão chegar a um porto. Nós encontramo-nos navegando, sem a idéia do porto a que nos deveríamos acolher”. O veredicto de Pessoa, mesmo vaticinado há quase 100 anos, é doloroso: “Sem ilusões, vivemos apenas do sonho, que é a ilusão de quem não pode ter ilusões [...]. Sem fé, não temos esperança, e sem esperança não temos propriamente vida. Não tendo uma idéia do futuro, também não temos uma idéia de hoje, porque o hoje, para o homem de ação, não é senão um prólogo do futuro. A energia para lutar nasceu morta conosco, porque nós nascemos sem o entusiasmo da luta.”
Melancolicamente, também constato que a esperança igualmente anda trôpega entre os cristãos. Percebo que nos contentamos em repetir dominicalmente nossos cultos. Sujeitamo-nos à ladainha enfadonha de orações prontas, paliativos espirituais em um mundo inclemente. Acomodamo-nos silenciosamente em viver contentes por simplesmente existirmos.
Mas algo dentro de mim se revolta. Quero sonhar. Não estou contente em viver por viver. Preciso navegar rumo ao “grande Porto”. Não aceito que a “roda viva” carregue irremediavelmente o “destino pra lá”. Não aceito viver na fronteira da complacência e do comodismo. Quando Chico Buarque compôs “Roda Viva”, em 1967, expressou o clamor de minha geração: “A gente vai contra a corrente / Até não poder resistir / Na volta do barco é que se sente / O quanto deixou de cumprir”.
Partilho do sentimento de Vaclav Havel, o dramaturgo tcheco: “Esperança não é lutar porque vai dar certo, mas porque vale a pena”. Tenho esperança, sem saber bem e ao certo como será o amanhã, mas que vale a pena lutar por ele. Aguardo, sem qualquer prova, um porvir melhor, menos kafkiano. Acredito na graça comum, distribuída sem acepção, que nos habilita a construir um mundo justo e verdadeiro. O evangelho é boa nova, contradiz a entropia física e nos convoca a lutar mesmo que nunca contemplemos resultado prático.
Decidi que não preciso estoicamente esperar um futuro sombrio. Não me acomodarei à profecia de mau agouro do Fukuiama. Renovarei, neste novo ano, meus ímpetos juvenis e não aceito que estejamos preparando uma “Gotham City” para os nossos filhos.
Ambiciono encarnar o que Ghandi propôs: “Quero ser no mundo aquilo que quero ver no mundo”. Se quiser ver no mundo idéias valerem mais que conveniências, abraçarei minhas convicções com tanta paixão que renasçam coerências e coragem, paixão e compaixão, ação e ternura. Quero entregar-me de tal forma aos ideais do reino que, sem heroísmos quixotescos ou messianismos inconseqüentes, possa deixar um mundo melhor para a próxima geração.
Escreverei mais e com a convicção de que posso iluminar com minhas palavras. Certo escritor conta que, quando menino, presenciou uma operação cirúrgica improvisada em sua pequena cidade, no meio da noite, sobre a mesa de uma farmácia. Era preciso suturar, sem anestesia, um homem retalhado, vítima de uma chacina. E ele, o menino, o futuro escritor, ficou com a incumbência de segurar o lampião. Tremendo. Assustado. Não podia fazer nada. Mas iluminava a cena.
Lutarei por ideais, abraçarei causas, romperei com as minhas zonas de conforto. Farei de meu discurso religioso uma arma que apunhale a mediocridade, desmonte estruturas sociais perversas e que seja sempre uma contradição ao espírito desta época.
Acreditarei na força da igreja. Não a institucional, mas aquela que, inaugurada no Pentecostes, saiu a salgar e a encarnar o reino de Deus entre as pessoas. Trabalharei para que o corpo de Cristo não infantilize ou aliene, mas produza o “novo homem” que pode gerar sociedades solidárias, economias justas e um mundo com menos ódio.
Desejo dar-me às pessoas, cultivar amizades. Acreditar que as fagulhas da bondade de Deus na humanidade ainda prevalecem diante das trevas. Quero aprender a ingenuidade e desaprender a esperteza, aumentar minha paciência e diminuir minha aspereza.
Plagiarei, sem remorsos, as palavras de Jeremias: “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança” (Lm 3.21). Até que se levante “o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas” (Ml 4.2). Maranata!
Soli Deo Gloria.
segunda-feira, setembro 25, 2006
A acusação e o acusador
É generalizado, neste país, uma pessoa acusada de crime defender-se acusando o acusador de falta de “moral” para acusar. Isto acontece principalmente no meio político. É uma espécie e inverso do “Sabe com quem está falando?”. É o “Sabe quem é que está me acusando?”.
Pois é. Agora estamos discutindo mais um dossiê e os debates giram em torno das investigações para se punir quem tentou apropriar-se do tal dossiê para prejudicar candidatos.
Da veracidade e validade das informações contidas no dito cujo... nada!
Acho execrável a ação dos agentes políticos que tentaram apossar-se do dossiê. Baixeza imoral e antiética. Devem ser punidos com a eliminação da vida pública.
Mas... e o dossiê? Também não será importante, essencial até, desvendar seu conteúdo e punir eventuais culpados de se beneficiarem com o esquema dos sanguessugas?
sábado, setembro 23, 2006
Jeitinho e jeitinho...
Concordo com um tipo de jeitinho nosso. Dou exemplo:
Há anos, uma bibliotecária foi fazer um estágio em uma imensa biblioteca americana, em Washington. Lá havia à disposição os mais avançados recursos. Pediram-lhe para fazer uma tarefa e deram-lhe uma explicação e um prazo. Ao fim da metade do prazo, a brasileira procura sua chefia para entregar a tarefa feita e perguntar o que mais poderia fazer. Recebeu uma bronca pois não esperavam que realizasse o serviço em tão pouco tempo. Afinal, eles não sabiam o que mais dar pra ela fazer, a não ser quando chegasse o prazo que lhe haviam dado!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Esse jeitinho eu admiro. Muito.
Quanto ao outro, o famoso "levar vantagem em tudo, certo?", esse abomino como uma praga que dizima o povo brasileiro; talvez o pior dos nossos males.
sexta-feira, setembro 22, 2006
Dossiês, politicagem, pastores, eleições...
O texto transparece uma intenção - do pastor ou do jornal, não sei – de jogar sobre o PT a culpa pelo embroglio em que o pastor se meteu.
À parte da malícia com que políticos e partidos manipulam a verdade pra fins eleitorais, o artigo me fez lembrar frase famosa da campanha americana anti-drogas: “Just say no”.
Concordo que há situações em que é muito difícil dizer “não”. Mas a responsabilidade, mesmo com atenuantes, por aceitar um papel como esse, continua sendo que quem cometeu o ato insano.
Como disse Brabo, “salvo engano”.
terça-feira, setembro 19, 2006
Soluções ?!?!
Não tenho. Aliás, tenho, mas é inviável. Então, não é solução, né?
Trata-se de uma nova Constituição. Com apenas um artigo e um parágrafo.
"Art 1- É obrigatório o uso do bom senso e da vergonha na cara.
Parágrafo único - revogam-se as disposições em contrário" (Millor Fernandes)
Pode ser impossível, mas que dá gosto imaginar, isso dá. Talvez por isso a gente não desista de tentar melhorar esse país. Porque é possível ao menos imaginá-lo melhor... e como seria bom!!!
O que me faz lembrar a frase de um ex-colega, da ACM de Belo Horizonte: "meu compromisso é com o esforço, não com o resultado".
É isso aí, Paulo, vamos levando.
segunda-feira, setembro 18, 2006
Odioso...
Concordam com isso e não fazem nada, paralisando o país em nome de disputas políticas cretinas e vaidades, explicitadas agora em discursos inflamados ou em cartas ressentidas.
Não há outro nome para o que se tem feito no Brasil. É um crime, livre e democrático. "
Artigo publicado hj (18/9) na Folha, de autoria de Fernando Canzian.
Assino embaixo eu também.
sexta-feira, setembro 15, 2006
Hipocrisia
Kalil Gibran disse que "quem fala a verdade com malícia, mente."
O Câmara aprovou a quebra do voto secreto nas votações do Congresso. Um mes antes da eleição !!!! Pura demagogia...
Ainda mais porque há necessidade de segunda votação, e como ela vai acontecer só depois das eleições, pode ser facilmente jogada no lixo, pra voltar nas próximas eleições novamente, com a mesma hipocrisia.
Eu ainda lembro de gente que se dizia contra a reeleição. Antes de ser eleito, óbvio...
Haja cara-de-pau!!!!
quinta-feira, setembro 14, 2006
Felicidade nacional
Se não me engano, um dos países "felizes" é o Canadá.
Hoje os jornais noticiam o tiroteio numa escola de Montreal, efetuado por um rapaz de 25 anos, contra alunos da escola. Um morto e vários feridos graves. O atirador foi morto pela polícia.
Conheço Montreal, cidade lindíssima, culta, rica, maravilhosa mesmo.
Mas, não troco a nossa "infelicidade" nacional pela "felicidade" deles. Aqui ainda lutamos para sobreviver. Lá, lutam para morrer.
Não, obrigado.
quarta-feira, setembro 13, 2006
Restituição
Pois é. No incrível gol do gandula, que relatei ontem, este princípio foi totalmente ignorado.
Soube hoje, que o time em cujo campo aconteceu o absurdo foi punido com perda de mando de vários jogos do campeonato. E que os juizes envolvidos poderão ser suspensos por longo tempo.
E a restituição? Foi pro espaço. O time prejudicado (no caso, o time da minha cidade!!!) ficou a ver navios. Não terá anulado o gol que não existiu, não ganhará os pontos do jogo, ficou com o prejuizo, sem restituição.
Se jogassem futebol nos tempos de Moisés, o resultado seria outro...
terça-feira, setembro 12, 2006
Simplesmente... incrível!!!
O gandula colocou a bola dentro do gol depois dela ter saído pela linha de fundo. Aparentemente o bandeirinha se confundiu, e a juiza não viu o que havia acontecido e seguiu o bandeira.
Hoje, as cenas estavam em todos os canais de TV. Comentava-se como algo tão incrível podia acontecer. E acrescentavam que nada podia ser feito. O time do meu amigo vai ter que engulir essa.
Mas que é uma grande história pra contar pros filhos e netos é, não? "Sabem, crianças, deixa eu contar da vez que tiveram que inventar um gol inexistente para impedir a vitória do time espetacular no qual eu jogava, lá pelo começo do século. Foi assim..."
domingo, setembro 10, 2006
Felicidade...
Pergunta infeliz. Respostas mentirosas ou inadequadas.
Não existe gente feliz. A gente se sente ou não feliz num determinado instante. Só isso. Felicidade é um estado de espírito, não um componente da personalidade. Posso me sentir feliz agora, escrevendo, nem por isso sou feliz. Se algo ruim me acontecer neste momento, vou me sentir muito mal.
Portanto se é válida a frase na declaração de independência americana - "...the pursuit of happiness" - a busca de momentos felizes é que faz a felicidade. Quem souber identificá-los, coletá-los e apreciá-los, esse é um homem feliz.
E isto (identificação, coleta e apreciação) é uma outra história... Quem sabe a gente conversa num outro post...
terça-feira, setembro 05, 2006
Eleições e emails
Não estou fazendo campanha pra ninguém. Admiro e apóio o envolvimento político das pessoas, no desejo de melhorar a situação do país.
Mas incomoda-me receber estas manifestações, como se todos os problemas do país fossem culpa do Lula e simplesmente desaparecerão com a eleição de outro nome...
Quanta ingenuidade!!!
Ausência
Por que será? O tal do "bioritmo" talvez seja a alternativa que mais me parece plausível, pois não consigo pensar em qualquer outra coisa acontecendo comigo (exceto envelhecimento) que poderia me deixar assim, sem assunto, sem ânimo. Mas envelhecer é algo com que vivo há 54 anos, portanto não é fator novo que possa ser a causa dessa ausência. Portanto só me resta ter paciência e esperança que o ímpeto de escrever retorne logo...
terça-feira, agosto 29, 2006
A Verdade e a Mentira
Trabalhei no serviço público, e tive oportunidade passar pela experiência de atender a um cidadão (entenda-se, eleitor) com a difícil tarefa de dizer-lhe “não”. Ele já estava nervoso por estar sendo “empurrado com a barriga” e prestes a criar problemas. Eu podia, melhor, devia ter-lhe inventado uma bela desculpa, que permitisse safar o agente público de responsabilidades e de ser acusado de não atender o cidadão.
Optei por conversar com o cara, sem mentir, mas tentando fazer-lhe ver as dificuldades que seu caso impunha e que tornavam impossível o atendimento. Ao sair da sala, depois da conversa, o cara me dá a mão, agradece, deseja um bom dia e sai aparentemente satisfeito. Meus colegas olham para mim e perguntam: “O que você disse?” Eu respondi: “Não. Eu disse não”. E eles: “E como o cara saiu quase sorrindo e agradecido?” Respondi: “Fui sincero, aberto, paciente e ele entendeu.”
Ser ético. Funciona sempre? Não sei. Funcionou alguma vez? Comigo, sim.
É possível ser 100% ético, o tempo todo? Dizia um sábio amigo: “O nosso compromisso é com o esforço, não com o resultado”.
Se ao menos os políticos tentassem...
segunda-feira, agosto 28, 2006
Ética, Eleições e Política
Até que vem alguém – no caso, dois artistas de renome - e diz o contrário: a política é suja e quem entra, suja as mãos, queira ou não.
Uau!!! Ou tem muita coragem, ou são muito ingênuos, ou são muito cara-de-pau!!! Isso lá é coisa que se diga? Em plena campanha eleitoral?
Eu os aplaudo, pois acho que foram sinceros, corajosos. E discordo. A política é suja, sim, porque nós a fazemos assim. A política é mero instrumento de convivência social criada pelo homem. A maneira de usá-la que a faz suja ou limpa. Se quisesse, nós a faríamos funcionar.
Até parece que o "bem" – que o homem deseja fazer – não faz; mas o "mal" – que não quer – este sim, ele faz. Humm... acho que alguém já disse isso antes...
Eles cantam tango, e a gente, dança
Vejam vocês: gasolina a R$ 1,20 o litro; transporte coletivo (que funciona razoavelmente), R$ 0,60; o mesmo desodorante aerosol que custa aqui mais de R$ 5,00, lá paguei R$ 2,60; e assim tudo o mais: cinema, teatro, restaurante (exceto o café expresso), livros e revistas, vestuário, aluguéis, imóveis... tudo entre 20 a 35% mais barato. Um espanto!
Fico muito “encafifado” com as propaladas notícias de que nosso país vai bem. Se for assim, os “hermanos” vão melhor ainda! Alguma coisa não está certa... O que será?
segunda-feira, agosto 21, 2006
Mi Buenos Aires Querido...
Uma coisa de me chamou a atençao foi a presença econômica do Brasil, representada pelos sinais externos das empresas aqui instaladas. Andando pela rua, passamos por vários postos da Petrobrás, vimos agências do B Itaú, supermecados Dia%, e carros montados no Brasil. É a globalizaçao, que nos tira um pouco o sentimento de estrangeiros em terra estranha, porque nos dao (nao sei onde está o til deste teclado) um toque familiar que desconheci em outras viagens ao exterior.
Espero estar de volta em pouco tempo e lhes darei mais impressoes desta viagem, do tango, de Caminito, etc.
quinta-feira, agosto 17, 2006
Utinga... não, o Tinga!
Entretanto o que quero comentar aqui não é sobre futebol, mas a respeito do gesto irregular do Tinga, que motivou a sua suspensão.
Justificativas à parte, tanto para a expulsão quanto para a não expulsão do jogador, fica a questão da validade deste gesto para divulgar idéias, ideologias, crenças.
Analiso o fato como cristão, que sou, e como cristão que o Tinga afirma ser.
A frase agradecendo o Senhor Jesus dá margem a algumas dúvidas:
Estaria o jogador agradecendo a Deus pelo gol?
Estaria simplesmente sendo grato por fazer aquilo que é a razão do futebol – o gol – enquanto tantos por aí tentam (até na seleção) e não conseguem?
Seria gratidão pela vitória?
Tem a mensagem o intuito proselitista, pretende o Tinga arrebanhar convertidos através deste gesto?
O Tinga acha que, de alguma maneira, conseguiu o favor de Deus, ao contrário dos colegas do time adversário?
Se o Tinga, após o gol, agradece os céus, poderia o Rogério Ceni, por exemplo, culpar Jesus pela derrota?
É Jesus torcedor de futebol e protetor dos seus discípulos?
Puxa vida, pensei que fossem poucas dúvidas, mas quanto mais penso no caso, mais dúvidas me aparecem... Vocês tem respostas? Ou mais dúvidas?
terça-feira, agosto 15, 2006
"Operação Saúva"
O mesmo acontece com frequência em todas as esferas de governo. Nem sempre, entretanto, para fins ilícitos.
Algumas vezes, poucas talvez, usa-se este expediente - de burlar a lei - para garantir previamente o contrato de certo fornecedor de serviço ou produto sem o risco de outra empresa ganhar a concorrência e fornecer o que não atende as necessidades do serviço público, mas, por ser o mais barato, vence .
Numa empresa é simples. Ela contrata quem quiser. No serviço público, não. Com regras rígidas, como a Lei 8.666, é mais difícil contratar o que é melhor para a sociedade.
Os safados e "espertos", no entanto, continuam a tramar e burlar as leis para seu próprio benefício, causando grandes prejuízos sociais e tornando mais difícil a vida do servidor dedicado e comprometido com o bem comum e que é - acreditem - a maioria no serviço público.
Conclusão: as leis dificultam a vida do cidadão de bem, mas são apenas mais um desafio para o mal intencionado.
segunda-feira, agosto 14, 2006
Contador de Visitas
Até agora, não tinha a mínima idéia se os meus visitantes passavam de meia dúzia...
Agora não tem jeito. Vou saber certinho. Mas o número não importa, e sim, a qualidade dos visitantes, e esta sei que é das melhores!!! (rs, rs, rs...)
domingo, agosto 13, 2006
O Pouco do Mundo que Eu Conheço...
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quinta-feira, agosto 10, 2006
Obrigado, Marina!
Recebi, de Marina Franco Camargo, um amável comentário, que me encheu de alegria e esperança. Por esta razão, transcrevo-o abaixo, com minha resposta.
Boa noite, fiquei sabendo do seu blog através de um comentário seu deixado no blog da Soninha e resolvi dar uma olhada. Infelizmente- ou felizmente- tenho que discordar do senhor. Há sim uma possível omissão de esperança e falta de atitude revolucionária nos jovens de hj. Por parte triste e melancólica, por outra completamente compreensível. Olhe ao redor.. Olhe o país e o mundo em que fomos criados... Fomos criados entre disputas políticas, econômicas, ideológicas... O mais triste, ressalto, é a imposição cultural sobre a vida das pessoas... E essa - a cultura - talvez seja o único patrimônio não deteriorizável do ser humano... Existem jovens hj em dia com esperança, com gana de mudança e com vontade de que, de fato, ela aconteça? Claro que existem... E eu digo que sou exemplo e luto a cada dia pra que isso aconteça... luto no meu interior e aos poucos faço com q isso seja erradicado.. Porém, voltando ao que já citei, em um país com tanta desordem e regresso é "broxante" (desculpe-me a palavra, não consegui imaginar nada melhor!) querer fazer algo para melhorar o que talvez nem a esperança salve.. Mas enquanto estudo, enquanto luto pela minha cultura e pelo mínimo de direitos que ainda consigo ter na prática não desisto. Espero que me tenha feito entender... No mais, parabéns pelo site... Vou virar leitora assídua!! Grande abraço
Marina,
Obrigado por reservar tempo para ler meus posts.
Eu, realmente, não me sinto dono da verdade e posso, sim, estar redondamente enganado
Generalizar é cometer injustiça "a priori".
Há, é verdade, muito engajamento de jovens em muitas boas causas. É preciso reconhecer que o número deles é pequeno se comparado aos que "não estão nem aí". E que os efeitos desse engajamento são pouco visíveis, se comparado com o estardalhaço dos movimentos dos anos 60, não é?
Mas tenho esperança, reforçada pelo teu comentário. Fez-me muito bem.
Obrigado!!!