quarta-feira, novembro 29, 2006

Colírio para a alma

Se alguém quiser escutar uma canção lindíssima, maravilhosamente interpretada ao violão, brasileira demais e portanto universal, ouça "Paraty" de Nonato Luiz e Djalma Correa.
A delicadeza da música é algo assombroso, divino. Você ouve algo assim e crê na bondade de Deus...
Infelizmente não sei publicar músicas no blog. Se for possível e eu aprender, prometo fazê-lo pra voces ouvirem também.

terça-feira, novembro 28, 2006

Estômago frágil


Pois é, fui ao Rio de Janeiro (que continua lindo) com o amigo Ramiro para trazermos seu barco Ardentia de volta a Ubatuba. Viagem de muitas horas, que seria dividida em duas ou tres paradas. Saímos da Baía da Guanabara à tarde e pegamos bons ventos, o que permitiu velejarmos com boa velocidade por algumas horas. O vento trazia também as marolas, que faziam o barco subir e descer, balançar pra lá e pra cá.
Foi aí que o prazer virou mal estar. Enjoei, vomitei e passei umas tres horas sentindo-me mal.
Como o vento cessou e o céu nublou lá pela meia noite, desistimos de parar, resolvemos ir direto e passamos a navegar a motor, com o mar mais calmo. O mal estar melhorou e dormi umas horas. Subi ao convés de madrugada para que o Ramiro pudesse descansar também.
Com isso, fui contemplado com um belíssimo nascer-do-sol em alto mar, que compartilho com os queridos leitores deste meu diário. O mal estar foi um pequeno preço para assistir tal espetáculo!
Chegamos ao porto final pela manhã, o céu abriu e pudemos curtir um banho de mar e a paisagem linda da baía onde fica a marina, a praia Saco da Ribeira. Apesar do vexame (tinha certeza que não ia sentir-me mal), fico super-agradecido ao meu amigo pela oportunidade ímpar de navegar. É realmente emocionante e belo navegar.

terça-feira, novembro 21, 2006

Consciência Limpa...

“Quero ver é o congresso instituir no Brasil o dia da Consciência Limpa. Isso eu duvido! Quem vai ter peito? Num país em que a ética é jogada pra baixo do tapete, em que o poder só serve para oprimir e luxuriar, em que o povo é deixado no banho-maria da ignorância por pura conveniência, em que políticos notoriamente corruptos são reeleitos por milhões de cúmplices para seus gabinetes acarpetados, climatizados e cheios de cabides, quero ver o dia da Consciência Limpa. Como diz a canção: ‘Não fica um, meu irmão’.”

Trecho do texto de Nelson Botter no blog “Blônicas” de hoje (21/11)

segunda-feira, novembro 20, 2006

O Submarino Amarelo... e Verde!

Tive a sorte de assistir a uma reapresentação do show “Submarino Verde Amarelo”, encontro de estrelas da nossa música pop para apresentar músicas dos Beatles.

Muito bom ver que nossos artistas cantando os sucessos do grupo musical que eu mais gosto. Melhor ainda, quando as interpretações, longe de serem meras imitações ou cópias do original, foram criativas, genuínas, e respeitosas.

Mas o melhor não foi no palco. Em estúdio, três ícones da nossa música fizeram-me arrepiar de emoção: Gilberto Gil, cantando “Something” com uma bela levada “reggae”; João Bosco e violão, com uma interpretação intimista e pessoal de “Because”; e, para fechar com chave de ouro, Zé Ramalho e sanfona, com um “In My Life” absolutamente perfeito, 100% Beatles + 100% Nordeste.

Ao final, só me restava ter os olhos marejados. E assim foi.

sexta-feira, novembro 17, 2006

Não Deu... Ainda.

As meninas do vôlei perderam. Apesar de uma honrosa e admirável medalha de prata, faltou a de ouro para conquistar o único título que a seleção feminina ainda não tem.

Valeu o esforço, estão de parabéns, mas, por tudo que mostraram neste e em outros torneios, mereciam ganhar.

Não tem importância. O próximo elas faturam!

quinta-feira, novembro 16, 2006

Agora, como Antes...

Os novinhos, coitados, não saberão de quem estou falando. Apesar de vivo, já não faz sucesso como nos anos 60. Com sua fina ironia, humor cáustico e romantismo sexy, Juca Chaves foi um dos maiores artistas dos (duros) anos 60.
Adoro suas modinhas, mas lembrei-me desta crítica política, tão atual, que se mudarmos alguns nomes (o da Globo pode ficar...), parecerá ter sido escrita hoje. Ainda mais agora, com o Congresso planejando na surdina aumentar em 92% seus salários, enquanto reclamam que não é possível reajustar o salário mínimo para míseros R$ 420,00.
Vejam se não tenho razão:

Dona Maria Tereza, diga a seu Jango Goulart,
que a vida está uma tristeza, que a fome está de amargar,
E o povo necessitado, precisa um salário novo,
mais baixo pro deputado, mais alto pro nosso povo.

Dona Maria Tereza, assim o Brasil vai pra trás,
quem deve falar, fala pouco, Lacerda já fala demais.
Enquanto feijão dá sumiço, e o dólar se perde de vista,
o Globo diz que tudo isso, é culpa de comunista.

Dona Maria Tereza, diga a seu Jango porque,
o povo vê quase tudo, só o parlamento não vê,
Dona Maria Tereza, diga a seu Jango Goulart,
lugar de feijão é na mesa, Lacerda é noutro lugar... háháhá!

quarta-feira, novembro 15, 2006

Money makes the world go 'round...

Acabo de ler no blog da Rosana (http://queridoleitor.zip.net) que tem um blog que paga para você fazer resenhas. Pensei: "puxa, um jeito de ganhar algum na net!"
Daí, parei pra pensar. Estou aqui livre de qualquer obrigação, apenas pelo prazer de me comunicar e pela liberdade de "pensar em voz alta". Se começar a ver meus blogs com fins de lucro, corro o risco de perder essa sensação tão boa que sinto ao escrever minhas abobrinhas (no Salada Mista) e lembranças (no O Tempo Passa...).
Não. Estes espaços vão continuar livres de qualquer pretensão financeira e de qualquer obrigação que não seja a de ser sincero e verdadeiro.
Quem tiver interesse ou necessidade, visite o "Reviewme" (http://www.reviewme.com/) e bom proveito!!!

segunda-feira, novembro 13, 2006

Um vazio no mundo

Assisti ontem a um show recente do bom e velho The Eagles.
Uma das músicas tem uma letra muito interessante. Chama-se Hole in the World (literalmente, Buraco no Mundo). Começa, lenta, com o chorus, afirmando:

There's a hole in the world tonight. (Há um vazio no mundo hoje à noite)
There's a cloud of fear and sorrow. (há uma nuvem de medo e tristeza)
There's a hole in the world tonight.
(há um vazio no mundo hoje à noite)
Don't let there be a hole in the world tomorrow. (não permita que haja um vazio no mundo amanhã)

E continua, explicando a causa desse vazio, ao dizer:

They say that anger is just love disappointed. (Dizem que a raiva é só amor frustrado)
They say that love is just a state of mind. (dizem que amor é apenas um estado de espírito)
But all this fighting over who is anointed, (mas toda essa luta sobre quem é abençoado)
Oh, how can people be so blind? (como podem ser tão cegos?)

Vem o chorus novamente, e depois afirma:

Oh, they tell me there's a place over yonder (Dizem-me que há um lugar mais adiante)
Cool water running through the burning sand. (com águas frescas correndo pela areia escaldante)
But until we learn to love one another, (mas até que aprendamos a nos amar uns aos outros)
We will never reach the Promised Land. (nunca chegaremos à Terra Prometida)

Conclui com o chorus novamente, o convite a fazermos algo para que o vazio no mundo não exista amanhã. Enquanto não aprendermos a nos amar mutuamente, este vazio existirá...

quinta-feira, novembro 09, 2006

Virulência

Tenho seguido, atento, a discussão teológica que acontece na blogosfera entre cristãos protestantes de diferentes matizes e pontos de vista (vide Norma, Ed René, Nagel, Gondim, Brabo, Lou, etc). Para quem nada sabe, sugiro a leitura de O destino eterno de Deus, de Paulo Brabo.

Posso estar errado, mas começo a desconfiar que a certeza de algo é um grande perigo. No momento em que pensamos ter certeza sobre algo, tendemos a nos sentir seguros. E sentindo segurança, deixamos de ter a disposição de ouvir os outros; achamos a opinião do outro desnecessária e, algumas vezes, o próprio “outro” é descartado como supérfluo. E não enxergamos mais os perigos, os problemas, as contradições naquilo que pensamos. Usamos nossa idéia como argumento para descartar as idéias alheias, e achamos isso muito lógico e racional. Freqüentemente nos unimos àqueles que concordam conosco, para reforçar a certeza de que estamos certos... até companheiros temos!

E aí quebramos a cara. Passamos a agredir e menosprezar quem não faz parte do “grupo”, mesmo quando tem razão, até fazermos papel ridículo e acabarmos sós e olhados com piedade ou desprezo pelos outros, inclusive pelos nossos ex-parceiros – que convenientemente pularam do navio antes que afundasse.

Por isso tenho usado com freqüência a frase de P. Brabo: “salvo engano”. Tenho profunda consciência da pequenez de meu conhecimento e dos parcos recursos – racionais, emocionais e espirituais – para afirmar qualquer coisa. Não deixo de afirmá-las – como aqui – e tenho usado o “Salada Mista”, "O Tempo Passa...", e as oportunidades - dando pitaco nos blogs dos outros - para expressar minha opinião. Mas sem a pretensão de proprietário da verdade.

Estarei errado? É possível, é provável, é certo. Deus sabe o quanto já estive seguro a respeito de tantas coisas. Inutilmente, por sinal.

Creio que todo diálogo devia começar com “Posso estar errado...” É um bom começo, tira a pretensão da verdade e reduz a necessidade do outro de se por na defensiva. Acaba a virulência, não é? E o diálogo se torna saboroso e produtivo para ambos.

Salvo engano.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Pão, pão; queijo, queijo. Mas o preço... ó!!!

Arrepio-me toda vez que o governo se propõe a ajudar o povo. A mais recente atrapalhada foi quando, a título de favorecer a população mais carente e impor um sistema mais justo, o governo implantou a venda do pãozinho francês por peso.

Fui, hoje, comprar 6 pãezinhos. Normalmente pagaria R$ 0,90 por eles, ou até R$ 0,60, se comprasse entre segunda e quinta-feira (e hoje é quarta).

O saquinho com os pães veio com a etiqueta de peso e preço: R$ 1,06. Paguei e saí pensando: “Quando é que os governantes vão aprender? Acho que nunca, já tão falando em aumentar a carga tributária... Será que não percebem que os impostos sufocam o pobre e não o rico, pois este tem como se proteger?”

Ficamos assim: “Tá ruim, mas é melhor não mudar porque senão fica pior...”

Pois é...

Sadam, morte, vida... coisas assim

Pessoas sensíveis ficaram perturbadas com a notícia da pena de morte imposta ao ex-ditador: morte por enforcamento.

É incrível que em pleno século XXI ainda existam países que adotem esta barbárie. Pior ainda: incrível e nauseante que líderes do dito “mundo ocidental civilizado” comentem a decisão da corte iraquiana como uma “vitória da democracia”. Um perfeito exemplo do “bushismo” que campeia neste mundo globalizado.

Uma notícia dessas te faz pensar sobre a vida, a morte e tudo o mais...

Calvin e Haroldo, o tigre, estão conversando:

- Puxa, a morte é o destino inexorável de todos... – diz Calvin.

- É mesmo... – responde Haroldo atento.

- Pra quê viver, então, se tudo isto acaba um dia ? – questiona Calvin veemente.

- Ahn... bem... tem as massas... – reflete Haroldo.

-Ah ! Não dá pra conversar com você antes do almoço !!! (extraído do Estadão)

sábado, novembro 04, 2006

Deu na primeira página do caderno de economia do “Estadão” de 04/11/2006:
Tarifas Bancárias sobem bem mais para clientes do que para empresas”.
No sub-título: “Entre 2001 e 2006 a maior alta para pessoas jurídicas foi de 4.661% e para pessoas físicas chegou a 49.900%”.
Ué! Será que andaram lendo meu blog? Reclamei disso outro dia mesmo (Tutu no Estrangeiro”). Tô ficando bom!!!
Salvo engano.

sexta-feira, novembro 03, 2006

Felicidade !!!

Meu sáite predileto (desculpem os outros, inclusive os meus) o "Bacia das Almas" postou um belo quadro com a frase "Os elegantes são mais felizes". Daí lembrei-me desta música hilária do excelente Grupo Rumo. Vejam só que letra inteligente e divertida:

Felicidade

por: Luiz Tatit

Não sei porque eu tô tão feliz
Não há motivo algum pra ter tanta felicidade
Não sei o que que foi que eu fiz
Se eu fui perdendo o senso de realidade
Um sentimento indefinido
Foi me tomando ao cair da tarde
Infelizmente era felicidade
Claro que é muito gostoso
Claro que eu não acredito
Felicidade assim sem mais nem menos é muito esquisito

Não sei porque eu tô tão feliz
Preciso refletir um pouco e sair do barato
Não posso continuar assim feliz
Como se fosse um sentimento inato
Sem ter o menor motivo
Sem uma razão de fato
Ser feliz assim é meio chato
E as coisas nem vão muito bem
Perdi o dinheiro que eu tinha guardado
E pra completar depois disso
Eu fui despedido e estou desempregado
Amor que sempre foi meu forte
Não tenho tido muita sorte
Estou sozinho, sem saída, sem dinheiro e sem comida
E feliz da vida!!!

Não sei porque eu tô tão feliz
Vai ver que é pra esconder no fundo uma infelicidade
Pensei que fosse por aí, fiz todas terapias que tem na cidade
A conclusão veio depressa e sem nenhuma novidade
O meu problema era felicidade
Não fiquei desesperado, não, fui até bem razoável
Felicidade quando é no começo ainda é controlável

Não sei o que foi que eu fiz
Pra merecer estar radiante de felicidade
Mais fácil ver o que não fiz
Fiz muito pouco aqui pra minha idade
Não me dediquei a nada
Tudo eu fiz pela metade, porque então tanta felicidade
E dizem que eu só penso em mim, que sou muito centrado
Que eu sou egoísta
Tem gente que põe meus defeitos em ordem alfabética
E faz uma lista
Por isso não se justifica tanto privilégio de felicidade
Independente dos deslizes dentre todos os felizes
Sou o mais feliz

Não sei porque eu tô tão feliz
E já nem sei se é necessário ter um bom motivo
A busca de uma razão me deu dor de cabeça, acabou comigo
Enfim, eu já tentei de tudo, enfim eu quis ser conseqüente
Mas desisti, vou ser feliz pra sempre
Peço a todos com licença, vamos liberar o pedaço
Felicidade assim desse tamanho
Só com muito espaço!

quinta-feira, novembro 02, 2006

Crise na Imprensa

Tenho lido sobre o embate que se trava entre jornais e jornalistas, causado pelas denúncias feitas por órgãos de comunicação que depois são desmentidos ou acusados de parcialidade, partidarismos e etc. Os sáites "Carta Capital", "Conversa Afiada", "Observatório da Imprensa" e os artigos nos principais jornais do país tem publicado sobre a controvérsia.
Eu me lembro do tempos antigos, quando alguém, para corroborar a veracidade de uma informação afirmava peremptoriamente: "Deu no jornal !!!" E pronto. Devia ser ser verdade.
Hoje, o simples cidadão, ao ser confrontado com tal afirmação, retruca, entre desafiador e desdenhoso: "E ... ???" Claro, se deu nos jornais, pode não ser verdade. E provavelmente não é.
Triste situação que exige da categoria dos profissionais de imprensa uma humilde auto-crítica. Caso contrário, correm o risco de se tornarem, não extintos, mas... ignorados !!!

Tragédia de Erros (à moda de Shakespeare)

A Folha de hoje resume o que pode ter acontecido no fatídico vôo da Gol:
"...Tudo somado, há uma sucessão de erros. O original deles foi a autorização da torre de São José dos Campos para o vôo se realizar em 37 mil pés, mas isso poderia ter sido corrigido com a comunicação entre o avião e o Cindacta-1, pelo transponder e o sistema anti-colisão e, finalmente, pela determinação de que o Boeing desviasse, ou para cima ou lateralmente, como determinam as normas internacionais e nacionais de segurança de vôo."
Outra consequência dessa "sucessão de erros" é a crise na aviação nacional provocada pela reação dos controladores de vôo, que acabou com o lazer de muita gente neste feriadão.
Resta saber se aprenderemos alguma coisa desta tragédia e se providências (além desta "greve") serão tomadas. Quem viver, verá.