Há muitas belas histórias de conversão do incrédulo a Deus. Algumas são conhecidas, afamadas – como a de S. Paulo, a caminho de Damasco; a de S. Francisco; a S. Agostinho – outras, muitas, são incógnitas, desapercebidas mesmo, a não ser por aquele que se converte, mas não menos belas ou formidáveis: o escritor e professor na Universidade de Cambridge C. S. Lewis, autor de “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa” afirmou que converteu-se contrariado - “fui salvo esperneando”.
Há também aqueles que fazem a jornada inversa: de “crentes”, tornam-se ateus, incrédulos, alguns até mesmo opositores da fé religiosa. Não percebem que longe de negarem a fé, apenas mudam o alvo dela – tornam-se niilistas, agnósticos, existencialistas – todos ainda com fé. E muita.
Mas há um terceiro grupo de pessoas, confundido muitas vezes com este segundo – dos apóstatas – que faz um jornada difícil, mas sincera e não menos admirável que a do primeiro grupo – dos convertidos. São os que passam das certezas da religião para as dúvidas da fé.
Semelhantes aos conversos, estes tem a esperança como rumo, trilha, farol. Tal como os apóstatas, recusam-se a aceitar algo simplesmente porque “assim é”, ou porque “está escrito”. São rejeitados pelos religiosos, apesar de não terem renegado a fé; são identificados como ateus, apesar de saberem que descrer tornaria a vida insuportável, e que a fé atéia é mais inaceitável ao coração do que a dos religiosos.
Linchadas por ambos os lados - e por dentro, pelo coração e mente que se debatem - continuamente, as pessoas que fazem a jornada da dúvida anseiam pelo dia em que poderão dizer “eu creio, ajuda-me na minha falta de fé!”.
A estes, o meu respeito.
quarta-feira, setembro 05, 2007
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2 comentários:
E os meus, também.
Você não vai acabar de ler esse livro >>>>. Quero saber o que achou. Para de enrolar e termina.
A jornada da dúvida faz parte da caminhada de todos nós.
duvidar é diferente de não crer e ajuda-nos a aprofundar o conhecimento de Deus nas nossas vidas.
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