quinta-feira, abril 26, 2007

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"...Este vazio serviu de gancho para pensamentos que podem ser úteis. De fato, melhor do que simular é calar. Sei que levar ao pé da letra essa idéia acabaria com o ofício de jornalista, parlamentar, acadêmico e pastor, o que não retira, contudo, a verdade do versículo das Escrituras em que se lê: “Até o tolo, quando se cala, é tido por sábio” (Provérbios 17.28). O santo monge Tomás de Kempis escreveu em A Imitação de Cristo (livreto de 1441 que pode ser adquirido ainda hoje por R$ 9,90): "Renuncia ao desordenado desejo de saber, porque nele há muita distração e ilusão (...) Muitas coisas há cujo conhecimento pouco ou nada aproveita à alma". Sei que caio em contradição (o que é bastante comum), pois estou nesse instante contribuindo para a hiperinflação de palavras que assola o mundo. Mas o faço com boa intenção. Quero dizer à minha congregação invisível que é preciso selecionar, sempre. A urgência da seleção enobrece um dos poucos ofícios que respeito, que é o de editor (outros afazeres que reverencio são os do médico, do humorista e do franco-atirador). Repito o que já disse em sermão anterior: "Examinai tudo, retende o que é bom" (1Ts 5.21). O que é bom, no final das contas, é necessariamente bem menos do que o estoque que se examina. Com experiência, com memória histórica, já é possível ignorar certas fontes de palavras e limitar o universo de pesquisa. Assim, é possível conciliar Tomás e Paulo: renuncia ao desordenado desejo de saber, ordena tua curiosidade, põe tudo à prova, retém o que serve..."
(extraído do "Terceiro sermão")

em "Os 50 sermões do reverendo Z", do meu + que amigo Ricardo Muniz

Um comentário:

Anônimo disse...

Valeu a grande dica. Fui lá, fiz meu cadastro e li de montão. Ricardo é um irmão especial, me ajudou muito nos primeiros passos pelos meandros da informática, estudamos juntos na GV, fez palestra no meu curso de Administração de ONGs e estivemos todos aquele tempinho na SBI. Grande cara.