segunda-feira, junho 05, 2006

Livre expressão

Passei por uma situação interessante há poucos dias. Fui convidado a traduzir um palestrante americano. Não é uma atividade fácil, que eu pratique sempre, portanto não me senti à vontade para aceitar, mas fui meio que "obrigado" a dizer "sim" - a palestra era no dia seguinte e os organizadores não haviam achado quem fizesse a tradução. Tá bem, vá. Que seja. No dia seguinte fui prá lá com a cara e a coragem (não muita), torcendo pra tudo ir bem e acabar logo. A tradução, em si não, teve problemas, foi fácil. Mas o conteúdo... as idéias do preletor simplesmente não batiam com o que creio e defendo. E minha obrigação era traduzir fielmente o que ele dizia... e o fiz. O que me ajudou na hora foi pensar que a liberdade que todos temos de expressar o que pensamos e sentimos (e devemos ser responsáveis por isso) inclui a possibilidade de existir meios de expressão nossas idéias para que as pessoas examinem e julguem. Traduzi tranquilamente o cara, certo de que mesmo sem concordar com muita coisa que ele dizia era meu dever garantir que ele pudesse dizê-lo. Afinal, não gostaria que alguém da Blogger me impedisse de escrever no Salada Mista só por não gostar do que penso...

2 comentários:

Lou H. Mello disse...
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Anônimo disse...

Tem um trecho em um dos livros do Yong Cho, onde ele declara, na maior cara de pau, que mudava tudo quando fazia interpretação de seus convidados de lingua inglesa.