É comum as pessoas imaginarem o que fariam diferente caso pudessem voltar a viver. Alguns imaginam-se nascendo em berço esplêndido, ou em outro país; outros imaginam-se com outra aparência ou até mesmo outro “gender”...
Eu também já imaginei, se vivesse esta vida novamente, que alterações desejaria. Confesso que poucas, muito poucas. Apesar de habitar a Gruta, e ser um ranzinza de mão cheia, tenho, na verdade, pouco do que reclamar: fui agraciado com uma linda família, uma casa agradável, grandes amigos, finanças equilibradas... é, realmente sou um afortunado imerecido.
Ontem, porém, ao baixar a canção do Chico “Todo Sentimento”, belissimamente interpretada por Ney Matogrosso, me deu uma inveja danada desses artistas sensíveis e prodigiosos, que conseguem captar na melodia ou na letra, as profundezas d’alma. Lembrei-me de Milton, em “Certas canções”, na qual pergunta, ao ouvir coisa tão bela, “como não fui eu que fiz”. E pensei: se vivesse de novo, gostaria de ter sensibilidade musical de um Bach, Beethoven, Mozart, e a habilidade literária de um Chico, um Caetano, um Noel...
Mas qual!!! O máximo que cheguei de “ser um artista” foram algumas aulas de violão na adolescência, alguns versos mal traçados e uns tantos vexames no “videokê”, em festas de confraternização.
Resta-me o consolo, essencial, de poder ouvir as músicas e canções destes monstros da arte. Algumas, disponíveis também para vocês, no já famoso botão “Box” azul, na coluna à direita deste blog.
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