terça-feira, agosto 29, 2006

A Verdade e a Mentira

Meu leitor Hernan (eu tenho leitores!!!!) - http://hernanpimenta.blogspot.com - cita Webber para confirmar a inviabilidade da ética e da política conviverem no mesmo contexto, em virtude da necessidade de se agradar a gregos e baianos para se manter no poder. Mas cita 3 renomados políticos brasileiros como exemplos de sinceridade (verdade). Uau!!! Se existem 3, podem existir mais... ou não?
Trabalhei no serviço público, e tive oportunidade passar pela experiência de atender a um cidadão (entenda-se, eleitor) com a difícil tarefa de dizer-lhe “não”. Ele já estava nervoso por estar sendo “empurrado com a barriga” e prestes a criar problemas. Eu podia, melhor, devia ter-lhe inventado uma bela desculpa, que permitisse safar o agente público de responsabilidades e de ser acusado de não atender o cidadão.
Optei por conversar com o cara, sem mentir, mas tentando fazer-lhe ver as dificuldades que seu caso impunha e que tornavam impossível o atendimento. Ao sair da sala, depois da conversa, o cara me dá a mão, agradece, deseja um bom dia e sai aparentemente satisfeito. Meus colegas olham para mim e perguntam: “O que você disse?” Eu respondi: “Não. Eu disse não”. E eles: “E como o cara saiu quase sorrindo e agradecido?” Respondi: “Fui sincero, aberto, paciente e ele entendeu.”
Ser ético. Funciona sempre? Não sei. Funcionou alguma vez? Comigo, sim.
É possível ser 100% ético, o tempo todo? Dizia um sábio amigo: “O nosso compromisso é com o esforço, não com o resultado”.
Se ao menos os políticos tentassem...

segunda-feira, agosto 28, 2006

Ética, Eleições e Política

Discute-se hoje a viabilidade de coexistirem a ética e a política. Principalmente em época de eleições – especialmente nesta – a ética é moeda forte na propaganda, todos se dizendo ferrenhos defensores da “moral e dos bons costumes” políticos e sociais.
Até que vem alguém – no caso, dois artistas de renome - e diz o contrário: a política é suja e quem entra, suja as mãos, queira ou não.
Uau!!! Ou tem muita coragem, ou são muito ingênuos, ou são muito cara-de-pau!!! Isso lá é coisa que se diga? Em plena campanha eleitoral?
Eu os aplaudo, pois acho que foram sinceros, corajosos. E discordo. A política é suja, sim, porque nós a fazemos assim. A política é mero instrumento de convivência social criada pelo homem. A maneira de usá-la que a faz suja ou limpa. Se quisesse, nós a faríamos funcionar.
Até parece que o "bem" – que o homem deseja fazer – não faz; mas o "mal" – que não quer – este sim, ele faz. Humm... acho que alguém já disse isso antes...

Eles cantam tango, e a gente, dança

Então, como disse, fui a Buenos Aires. Bela cidade, etc, etc. Mas o que me chamou atenção foi a diferença de custo de vida. Dizem-me que a renda “per capita” Argentina é maior que a nossa. Sendo assim, a diferença é maior ainda!
Vejam vocês: gasolina a R$ 1,20 o litro; transporte coletivo (que funciona razoavelmente), R$ 0,60; o mesmo desodorante aerosol que custa aqui mais de R$ 5,00, lá paguei R$ 2,60; e assim tudo o mais: cinema, teatro, restaurante (exceto o café expresso), livros e revistas, vestuário, aluguéis, imóveis... tudo entre 20 a 35% mais barato. Um espanto!
Fico muito “encafifado” com as propaladas notícias de que nosso país vai bem. Se for assim, os “hermanos” vão melhor ainda! Alguma coisa não está certa... O que será?

segunda-feira, agosto 21, 2006

Mi Buenos Aires Querido...

Pois é, estamos em Buenos Ayres, passando um frio de 10 graus, comendo churrasco argentino - que é bem diferente do brasileiro, mas é muito saboroso - bebendo vinho, comendo alfarores e conhecendo esta grande cidade, cheia de coisas interessantes.
Uma coisa de me chamou a atençao foi a presença econômica do Brasil, representada pelos sinais externos das empresas aqui instaladas. Andando pela rua, passamos por vários postos da Petrobrás, vimos agências do B Itaú, supermecados Dia%, e carros montados no Brasil. É a globalizaçao, que nos tira um pouco o sentimento de estrangeiros em terra estranha, porque nos dao (nao sei onde está o til deste teclado) um toque familiar que desconheci em outras viagens ao exterior.
Espero estar de volta em pouco tempo e lhes darei mais impressoes desta viagem, do tango, de Caminito, etc.

quinta-feira, agosto 17, 2006

Utinga... não, o Tinga!

Pois é, assisti também ao jogo, torci para o são Paulo por ser pai e esposo de são paulinos.
Entretanto o que quero comentar aqui não é sobre futebol, mas a respeito do gesto irregular do Tinga, que motivou a sua suspensão.
Justificativas à parte, tanto para a expulsão quanto para a não expulsão do jogador, fica a questão da validade deste gesto para divulgar idéias, ideologias, crenças.
Analiso o fato como cristão, que sou, e como cristão que o Tinga afirma ser.
A frase agradecendo o Senhor Jesus dá margem a algumas dúvidas:

Estaria o jogador agradecendo a Deus pelo gol?
Estaria simplesmente sendo grato por fazer aquilo que é a razão do futebol – o gol – enquanto tantos por aí tentam (até na seleção) e não conseguem?
Seria gratidão pela vitória?
Tem a mensagem o intuito proselitista, pretende o Tinga arrebanhar convertidos através deste gesto?
O Tinga acha que, de alguma maneira, conseguiu o favor de Deus, ao contrário dos colegas do time adversário?
Se o Tinga, após o gol, agradece os céus, poderia o Rogério Ceni, por exemplo, culpar Jesus pela derrota?
É Jesus torcedor de futebol e protetor dos seus discípulos?

Puxa vida, pensei que fossem poucas dúvidas, mas quanto mais penso no caso, mais dúvidas me aparecem... Vocês tem respostas? Ou mais dúvidas?

terça-feira, agosto 15, 2006

"Operação Saúva"

A PF prendeu vários servidores públicos (até do exército!) por fraude em licitações. O esquema era simples: pagava-se por informações privilegiadas, fazia-se acordo com empresas concorrentes e/ou participantes, superfaturavam as compras e entregava-se produtos inadequados. Por fim , lucravam "horrores" de maneira fraudulenta, às custas do seu dinheiro, caro leitor.
O mesmo acontece com frequência em todas as esferas de governo. Nem sempre, entretanto, para fins ilícitos.
Algumas vezes, poucas talvez, usa-se este expediente - de burlar a lei - para garantir previamente o contrato de certo fornecedor de serviço ou produto sem o risco de outra empresa ganhar a concorrência e fornecer o que não atende as necessidades do serviço público, mas, por ser o mais barato, vence .
Numa empresa é simples. Ela contrata quem quiser. No serviço público, não. Com regras rígidas, como a Lei 8.666, é mais difícil contratar o que é melhor para a sociedade.
Os safados e "espertos", no entanto, continuam a tramar e burlar as leis para seu próprio benefício, causando grandes prejuízos sociais e tornando mais difícil a vida do servidor dedicado e comprometido com o bem comum e que é - acreditem - a maioria no serviço público.
Conclusão: as leis dificultam a vida do cidadão de bem, mas são apenas mais um desafio para o mal intencionado.

segunda-feira, agosto 14, 2006

Contador de Visitas

Finalmente, hoje, coloquei um medidor de visitas neste e no "O Tempo Passa...".
Até agora, não tinha a mínima idéia se os meus visitantes passavam de meia dúzia...
Agora não tem jeito. Vou saber certinho. Mas o número não importa, e sim, a qualidade dos visitantes, e esta sei que é das melhores!!! (rs, rs, rs...)

domingo, agosto 13, 2006

O Pouco do Mundo que Eu Conheço...

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quinta-feira, agosto 10, 2006

Obrigado, Marina!

Declarei no post “Faça amor, não faça a guerra” a minha desilusão com minha geração, pois após tantas lutas e “revoluções” nos anos 60 e 70, tornou-se dirigente do mundo, e o mundo piorou muito. Afirmei que a juventude atual não tinha a mesma gana de mudar o mundo, mas que esperava que se tornasse melhor ao chegar ao poder.
Recebi, de Marina Franco Camargo, um amável comentário, que me encheu de alegria e esperança. Por esta razão, transcrevo-o abaixo, com minha resposta.

Boa noite, fiquei sabendo do seu blog através de um comentário seu deixado no blog da Soninha e resolvi dar uma olhada. Infelizmente- ou felizmente- tenho que discordar do senhor. Há sim uma possível omissão de esperança e falta de atitude revolucionária nos jovens de hj. Por parte triste e melancólica, por outra completamente compreensível. Olhe ao redor.. Olhe o país e o mundo em que fomos criados... Fomos criados entre disputas políticas, econômicas, ideológicas... O mais triste, ressalto, é a imposição cultural sobre a vida das pessoas... E essa - a cultura - talvez seja o único patrimônio não deteriorizável do ser humano... Existem jovens hj em dia com esperança, com gana de mudança e com vontade de que, de fato, ela aconteça? Claro que existem... E eu digo que sou exemplo e luto a cada dia pra que isso aconteça... luto no meu interior e aos poucos faço com q isso seja erradicado.. Porém, voltando ao que já citei, em um país com tanta desordem e regresso é "broxante" (desculpe-me a palavra, não consegui imaginar nada melhor!) querer fazer algo para melhorar o que talvez nem a esperança salve.. Mas enquanto estudo, enquanto luto pela minha cultura e pelo mínimo de direitos que ainda consigo ter na prática não desisto. Espero que me tenha feito entender... No mais, parabéns pelo site... Vou virar leitora assídua!! Grande abraço

Marina,
Obrigado por reservar tempo para ler meus posts.
Eu, realmente, não me sinto dono da verdade e posso, sim, estar redondamente enganado
Generalizar é cometer injustiça "a priori".
Há, é verdade, muito engajamento de jovens em muitas boas causas. É preciso reconhecer que o número deles é pequeno se comparado aos que "não estão nem aí". E que os efeitos desse engajamento são pouco visíveis, se comparado com o estardalhaço dos movimentos dos anos 60, não é?
Mas tenho esperança, reforçada pelo teu comentário. Fez-me muito bem.
Obrigado!!!

quarta-feira, agosto 09, 2006

Pôr-do-Sol em Sorocaba



Meu amigo Lou (http://lhmbrasil.com.br/blog) disse que pôde apreciar hoje o ocaso sorocabano e prometeu fotografar.

Tenho feito isso há alguns anos e coleciono algumas centenas de fotos de "por-do-sol", nunca um foi igual ao outro, todos tiveram sua beleza.

Para provar, este foi o por-de-sol de hoje, visto do meu cantinho.

Obrigado, Senhor!!!

Qual é a diferença?

Respondam:

Qual é a diferença entre o PCC e os Sanguessugas, os políticos de Rondônia, ou os proprietários da Bann Química (fechada porque liberava ilegalmente 3 mil kg de enxofre no ar e despejava 45 vezes mais poluentes na água do que o permitido) ou a falta de ética das empresas (principalmente as que vendem diretamente ao consumidor - vide campeãs do Procon) ???

Confesso que não vejo diferença nenhuma, exceto a nossa percepção de que o PCC é mais nefasto, mais cruel. Não é. É apenas mais patente, e não disfarçada e encoberta como os outros.

O dia que a sociedade não admitir mais conivência com os outros, o PCC desaparece...

segunda-feira, agosto 07, 2006

A vida do meu sogro merece um filme

Visitei meu sogro outro dia. Com quase 80 anos de idade, ele já passou por “poucas e boas”.
Sempre foi um cara “vivo”, dado a aproveitar qualquer chance para “levar vantagem, certo?” Sua vida foi repleta de altos e baixos, ganhos e perdas, “espertezas” e “burrices”, famílias (teve 3, concomitantes) e uma variedade de situações, algumas trágicas, outras, cômicas e muitas, inusitadas.
Imaginei que um filme sobre sua vida seria dirigido por Lina Wertmuller, com Antônio Fagundes no papel de meu sogro atualmente, a Fernanda Montenegro como minha sogra atualmente e outros atores fazendo papéis deles quando jovens.
Nada holliwoodiano, nada de tragédia grega, mas um filme acre-doce, melancolicamente cômico, realista sem tirar o ar de “causo contado”, visto que nem tudo pode ser provado ter realmente acontecido tal como dizem.
Não seria uma homenagem à sua memória (ele nem está morto!), nem uma condenação por alguém possivelmente prejudicado pelas sua ações. Pois sinto simpatia por ele. Apenas uma história sobre como um homem pode se dar mal na vida. Poderia até ajudar alguns a evitarem historias semelhantes acontecerem às suas vidas...

quinta-feira, agosto 03, 2006

"Quem somos nós?"

Filme interessante, documentário que afirma querer explicar a importância da física quântica na vida diária e na percepção da "realidade" para o cidadão comum. Do meio para o fim, entretanto, desbanca para a doutrinação de um ponto de vista religioso que eu não identifiquei direito qual, mas que tem a ver com a idéia de que "todos somos Deus" e que "não existe o certo ou o errado, o que existe são atitudes que favorecem ou não a evolução humana". E desce a lenha na religião instituída - como se esta fosse una ou se necessitasse da física quântica para uma crítica válida a ela - dando a entender que o conhecimento dessa ciência fosse o suficiente para alçar alguém ao posto de juiz da verdade religiosa. Mas não deixa de ser interessante, para quem se liga nessa área da "Ciência versus Fé", mais um capítulo deste embate. Assista, mas... não engula...